Editorial – Pancadão
Nem protetores auriculares que sigam a norma NR15 do Ministério do Trabalho, que prevê exposição máxima de 7 minutos para 115 decibéis para evitar danos neurovegetativos e psicológicos, funcionam. As caixas de som usadas em carros ou botecos de baixo nível superam esse índice de ruído, próprio de aviões a jato.
Como sequer leis de preservação ambiental são cumpridas, é assim que cidades teoricamente civilizadas e ditas de primeiro mundo são conspurcadas, indo para o quarto ou quinto numa trilha que vai das pichações marcando território, passando por foguetório pesado na chegada da droga e a festança barulhenta dos usuários.
Perturbação do sossego público é caso de polícia. Se São Paulo vem adotando medidas preventivas e coibidoras eficientes, outros municípios fazem vista grossa, seja por incompetência, seja por leniência ou outras razões metafísicas.
O fato é que a decadência urbana revela-se também pela tolerância a transgressões inaceitáveis, como a em pauta, sempre e quando os poderes públicos não funcionam. É ruim, hein?