Editorial – Lavando a égua?
Um dos temores são as atitudes desesperadas e astuciosas não só para ocultar descalabros financeiros e falcatruas inimagináveis da turma de saída, os derrotados nas urnas: também para darem a última garfada antes do fim do banquete. Aparentemente é o que ocorre com a SEMASA, de Santo André, na surpreendente tentativa de transferência dos serviços de fornecimento de água potável e esgotos à Odebrecht – campeã de escândalos investigados pela Lava-Jato – pagando-lhe a vultuosa quantia de R$3,3 bilhões amortizáveis em 35 anos, como noticiamos na terça-feira.
É mais ou menos a dívida sub judice da SEMASA com a SABESP, acumulada nos anos da era petista marcada por irregularidades insondáveis, mas, de conhecimento geral. Esse projeto surpressivo, obscuro e teoricamente pantanoso ainda será verificado pela gestão futura – de Paulo Serra (PSDB) – quanto à sua legalidade e oportunidade.
Urge, aos andreenses, ficarem extremamente atentos. Se em Brasília o clima é liquidar a Lava-Jato, aqui poderá ser mais uma tentativa de lavar a égua.