Se o zelo com as áreas verdes de ruas, praças, parques e mesmo residências fala sobre o nível civilizatório de uma cidade, a preservação arquitetônica de edifícios históricos e emblemáticos, consequentemente, o ratifica. Sempre a especulação imobiliária destrói ícones, oferecendo concepções estapafúrdias no lugar mais por ganância, que por pruridos modernosos. Veneza, por exemplo, seria hoje um amontoado de espigões rutilantes espremendo-se em espaço exíguo, não fossem as severas leis de preservação do patrimônio histórico. Paris, Londres, Jerusalém, Atenas, Roma e tantos outros sítios pelo planeta, também. Nos países sem tradições culturais milenares, mas, quando muito centenárias e calcadas na imitação e não na criação, agrava-se o fenômeno da degradação da História. O urbanista competente não se atém à voracidade do mercado e seus modismos. Racional e ao mesmo tempo sensível, intuitivo e tecnicamente apto, leva em consideração a harmonia entre o perfil histórico, o momento presente e o futuro. “Quem não sabe de onde vem, não sabe para onde irá”, insistimos. Assim, ao vermos obras em edifícios históricos que nada têm a ver com o projeto original, sendo meros “puxadinhos” pretensamente inovadores, contudo degradantes, ou a demolição de casas emblemáticas para levantar arranha-céus, sabemos estarmos ante inconsciência, incompetência e ganância. É ruim, hein?
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.