Entre as diversas transformações advindas do processo de envelhecimento, as mudanças nos ossos são algumas das afligem o corpo, tornando as consultas com médicos da área da ortopedia cada vez mais frequentes. Segundo dados divulgados em 2020 pela Pesquisa Nacional de Saúde, 18,5% da população adulta brasileira é acometida por doenças crônicas da coluna. Desse número, aproximadamente 28,9% são idosos.
Uma das condições mais frequentes do público acima de 65 anos é a estenose do canal lombar. Essa doença é associada ao envelhecimento e às adequações que a coluna vertebral sofre ao longo dos anos para compensar as imperfeições de estruturas fundamentais para o funcionamento motor.
Quem apresenta estenose percebe uma lenta restrição dos movimentos, necessitando de um esforço a mais para realizar atividades básicas do dia a dia. O tratamento para a doença varia de acordo com o quadro do paciente, mas pode ser feito de modo conservador ou por meio de intervenções cirúrgicas.
O que é estenose?
A estenose é uma doença relacionada à estrutura da coluna e ao processo de envelhecimento do organismo. Segundo um artigo publicado na Revista Brasileira de Ortopedia da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), essa condição acomete pessoas mais velhas e ocasiona o estreitamento do canal vertebral da região lombar, local onde ficam localizados a medula espinhal e os nervos.
A doença pode ser classificada de duas formas. A estenose primária é caracterizada por alterações congênitas ou desenvolvidas após o nascimento e considerada rara. Já a secundária é resultante de alterações de infecções ou traumas adquiridos na vida adulta, bastante comuns em idosos. Conforme consta no artigo da SBOT, estima-se que a estenose lombar atinja entre três e 12 pessoas a cada cem mil habitantes por ano com idade acima de 65 anos.
Quais os sintomas da estenose do canal lombar?
Sentir dores na coluna, embora seja algo frequente para os idosos, não é uma situação normal e pode indicar a presença de doenças. No caso da estenose do canal lombar, os pacientes relatam lombalgia (dor na lombar) e cansaço ou formigamento nos membros inferiores. Segundo a SBOT, esses sintomas pioram sempre que o idoso se encontra de pé e tendem a sumir ou amenizar quando é feito um repouso.
A dor e o formigamento que os pacientes acometidos por estenose sentem nas pernas são conhecidos como “claudicação”, nomenclatura em homenagem ao imperador romano Claudius, que também possuía perda das forças nas pernas ao caminhar.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da doença deve ser feito por um ortopedista ou um neurocirurgião. Para minimizar os riscos de agravamento da doença, é importante que o idoso procure atendimento especializado assim que notar a presença dos primeiros sintomas de estenose.
Ao atender um paciente com suspeita do caso, de acordo com o artigo da SBOT, o médico irá realizar exames específicos para obter a confirmação do quadro do paciente. A ressonância magnética é o procedimento indicado, pois permite que o profissional veja detalhadamente as imagens da coluna e localize as possíveis causas da doença.
No entanto, em alguns casos, o ortopedista pode solicitar que o idoso realize radiografias dinâmicas, tomografias computadorizadas ou eletroneuromiografia.
Como funciona o tratamento?
Atualmente, há diferentes linhas de tratamento para dores na coluna em pessoas mais velhas. No entanto, no caso da estenose do canal lombar, o protocolo deverá ser escolhido de maneira individualizada, com apoio do médico que acompanha o quadro do paciente.
Segundo informações presentes no artigo da Revista Brasileira de Ortopedia, o tratamento pode ser feito de modo conservador, com o auxílio de analgésicos, anti-inflamatórios e fisioterapia. Os exercícios indicados pelo fisioterapeuta buscam fortalecer a musculatura para melhorar a estabilização da coluna. Cabe ressaltar que, durante todo o processo, o paciente deve fazer revisões com o médico para avaliar a evolução do quadro.
No entanto, o artigo afirma ainda que, na ausência de resposta com o tratamento conservador e piora dos sintomas, a cirurgia pode ser indicada. Nesses casos, o procedimento realiza a descompressão do canal lombar e pode promover uma melhora significativa na qualidade de vida do idoso.