Politica

Editorial – Reinvenção

 É comum, em cidades de países submergentes, políticos cafuringas apresentarem a manutenção ou reforma de obras já existentes como “reinaugurações”. Levam claque, botam placas, fazem discursos epopeicos e posam para fotos para saírem nas mídias. Também nestes termos, a busca esquizofrênica por holofotes e fama não tem limites.  Nada de mais em preservar, restaurar, modificar e, mesmo, demolir, sendo para melhor, o legado de antecessores. São coisas do ofício. Mas, atribuir-se invenção e autoria, não as tendo, é demais. É questão de índole, manifesta na negação sub-reptícia das origens. 
Dizem, os submissos bovinos, que são “coisas da política”… Da má política, digamos. Daquela inócua, nanica e mesquinha. Em níveis mais gerais e abrangentes podem causar muitos estragos, como semear “elefantes brancos” a granel, casos da última Copa da Fifa, das Olimpíadas e da Transposição do Rio São Francisco, por exemplo. 
Os bilhões de reais gastos, mais a corrupção inerente, poderiam ter solucionado questões gravíssimas dos serviços públicos essenciais (saúde, segurança e infraestrutura) por estes brasis afora, como alertamos bem antes daqueles eventos. O pobre Rio de Janeiro e o azarado Nordeste, v.g., que o digam! 
Lemos e ouvimos amiúde que “é preciso reinventar o Brasil”. A tese é frágil, do mesmo teor das “reinaugurações” de obras alheias. Origens e índole são dados imutáveis. 
 

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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