Politica

Editorial – Pátria mal amada

 Dizia o mineiro patrioteiro Carlos Olavo da Cunha, no seu exílio em Montevideo nos idos de 1.970, que “mal amados são perigosos”. Diríamos, parafraseando o velho amigo, que a Pátria mal amada é, além disso, rancorosa. Maltratada, dá troco! 
O nosso café e o Pelé, seus embaixadores mais insignes, nesse contexto perderam mercado devido ao desgaste implacável dos anos e o surgimento de novos produtos exaustivamente elaborados. Perderam o compasso da História. 
O patriotismo brasileiro restringe-se ao futebol, ao carnaval e estranhas manifestações preferenciais ditas religiosas ou sexuais, fenômenos que atraem incalculáveis multidões às praças e avenidas. Tudo bem, cada um se diverte como pode. 
A luta contra a corrupção – fato que destrói o País, a Nação e a Pátria – sofreu o mesmo desgaste do café e do Pelé: o Povo – quarto elemento do quarteto metafísico sócio-político-geográfico-institucional – desenganou-se. Cansou… Quer novidades.
A Pátria, ente esotérico intangível, paga o pato. Indignada, volta-se contra os filhos ingratos que a ignoram e deixa de ser a mãe gentil. Recolhe-se aos seus rancores e maus humores e sai de cena enquanto o país, a nação e o povo se degradam. 
Zelar por ela é ofício árduo. Para ela, de nada valem festinhas num dia ou semana se, no resto do tempo, é sobejamente ignorada. A Pátria é amor para o ano inteiro, ano após ano. Ou nada é… 
 

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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