Editorial – Apostas

Hoje as cúpulas partidárias estão comprometidas judicialmente e, no popular, avacalhadas politicamente. Como honra, sabedoria e dignidade são valores que lhes são alheios, não poderia ser diferente. A mediocridade e a ignorância, de mãos dadas com índoles perniciosas, emolduram a ciranda escatológica. 
Porém, nem os totalitários ou os só salafrários chegam ao poder sozinhos, numa democracia. É certo que, em épocas de “farinha pouca, meu pirão primeiro”, cada um amarra seu jegue onde puder e onde der, como se diz no agreste. Todavia, apostar em receber migalhas do banquete dos poderosos em troca de voto é péssima ideia. 
Pior ainda é idolatrá-los, venerá-los como deuses e segui-los em êxtase, mas, cada um vende sua alma ao Cramulhão segundo seus interesses, inteligência e caráter, não havendo inocentes nesse negócio: só indecentes. A diferença é que os seguidores de crápulas totalitários os defendem e não largam o osso. 
Já quem se iludiu apostando em calhordas pacíficos querem suas cabeças na estaca, mas, desanimados, desistem facilmente. Falta-lhes paciência e persistência… 
 
				
