Editorial – Ah, a primavera…
Como não nos conformamos com a inexorabilidade das leis cósmicas, inventamos uma estação idílica e temperamental, romântica e auspiciosa, acrescentando-lhe penduricalhos que nada têm a ver com meteorologia, astrofísica ou os desígnios rotineiros, físicos e insondáveis do Universo.
Aos festivais pagãos sucedidos pelas comemorações religiosas de amplo espectro, vivemos hoje o momento prático de tirar as pesadas cascas utilizadas no inverno e trocá-las por indumentárias leves, ao par do consumo de gelados e refrigérios. Dizem que é o tempo ideal do amor. Por certo, é época excepcional para o comércio.
O mercado de flores, moda e infinitos outros, se atentos às características próprias da estação, poderão lucrar generosamente com ofertas “irresistíveis” de produtos afins, mesmo que alguns de evidente inutilidade. Compra-se mais, vende-se mais e, por consequência, produz-se mais, gerando mais empregos, receitas e renda.
Fugindo desse pragmatismo empedernido, temos a estação como a época do ressurgimento após as agruras do inverno. Feliz primavera a todos!