Frio espanta doadores de bazares beneficentes de São Paulo
Baixa temperatura e baixo número de doadores, Mercatudo Casas André Luiz enfrenta rigoroso período de estiagem
GUARULHOS — Um fenômeno incomum acompanha a baixa temperatura que aflige o estado de São Paulo desde o início de outono, em março. O número de doações destinadas aos bazares beneficentes Mercatudo caiu 25% quando comparado ao primeiro trimestre de 2021, um cenário bastante preocupante para quem depende da caridade para continuar qualquer trabalho filantrópico.
Todo o valor obtido com a venda destes produtos é revertido ao atendimento especializado e gratuito oferecido pela Casas André Luiz, Instituição que atua há 73 anos na causa da pessoa com deficiência intelectual e física no Brasil. Em outras palavras, esta fonte de renda é essencial à manutenção dos serviços oferecidos pela organização não-governamental.
“Nós precisamos de ajuda, esta é a verdade”, confessa Rubens Oliveira, gerente administrativo de doações e logística do Mercatudo Casas André Luiz. “Precisamos mobilizar a sociedade, tocar o coração das pessoas para que elas não parem de doar, principalmente durante a época mais fria do ano. Sabemos que a situação não está fácil para ninguém, contudo, imagine a situação das instituições do Terceiro Setor que sobrevivem graças a contribuição alheia. Estamos diante de um panorama assustador”.
Rubens comenta que, por vezes, o contribuinte acredita que é obrigado a doar um valor financeiro, todos os meses, para contribuir com a causa da pessoa com deficiência; ou que é preciso comprar alimentos não-perecíveis e levá-los até uma das Unidades de Atendimento para fazer sua parte.
Segundo o gerente administrativo, realizar uma contribuição, seja ela qual for, é bem mais simples do que parece: “Ao doar geladeiras, fogões, máquinas de lavar, secadoras, brinquedos e artigos de decoração, nós vamos com equipe até a casa do doador que estiver na Capital ou na grande São Paulo, e a retirada é feita de forma gratuita”.
Doar móveis e eletrodomésticos também é essencial para preservar o meio ambiente, uma vez que evita o descarte irregular e diminui o acúmulo de lixo nos aterros sanitários da cidade, sem falar que o ato reduz o consumo de água, energia elétrica e matéria-prima utilizados para produzir a mobília. Somente a cidade de São Paulo produz 12 milhões de toneladas de lixo por dia, conforme aponta a própria prefeitura da Capital.
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