Editorial – E daí, MPE?
A cegueira e a inépcia, a pressa e o oportunismo de governos municipais, estaduais e federal levam-nos sistematicamente a buscarem os “grandes negócios” nacionais e internacionais como interlocutores no desenvolvimento econômico. Querem resultados da noite para o dia e o “bicho” é bom.
A moda atual é correr atrás da China, que compra pelo mundo de fábricas de papel higiênico a de aviões, de vinícolas a florestas inteiras, de importadores de badulaques a produtores de matérias primas e por aí vai. Não há administrador público energúmeno que não corra atrás dos chineses, sempre de pires na mão. Venderiam as mães para fazer “niou rou mien”, caso encontrassem comprador. Esquecem-se, ou fingem não ver, que uma casa se constrói tijolo a tijolo, andar a andar, parede a parede, janela a janela, porta a porta. Mega-investimentos arbitrários e imediatistas com concessões incondicionais implícitas, custam caro, muito caro para a nação. Criam dificuldades para venderem facilidades, sendo uma das fontes de corrupção.
As MPEs são a gênese do tecido produtivo que, encontrando condições propícias em qualquer país, transformam-no em uma potência. Nossos (des)governantes são cegos a isso. É ruim, hein?