Politica

Editorial – Futuro e passado

 Diz o sábio Paulinho da Viola, em “A dança da solidão”: “Quando eu penso no futuro/ Não esqueço o meu passado…”. O Brasil não pensa num e se apega desesperado ao outro. Com a perspectiva da dívida pública bruta do Estado em relação ao PIB chegar a 92% em 2021 impõe-se austera reforma administrativa, no bojo de severa reforma política. 
É o que a maioria absoluta da casta política não quer, mesmo que isto lhe custe a existência. A polarização artificial das eleições maioritárias de 2018 entre Lula e Bolsonaro reflete tal aferro histérico ao passado. Ao que não funciona, ao que desconstrói, à lei do mais forte e/ou mais velhaco. 
“Abuso de poder, péssimos governos e corrupção triunfante, geradores de distorções na economia, são determinantes para alimentar o surgimento de figuras públicas dotadas de carisma e que se consideram salvadores da pátria” – nos diz Hélio Duque em artigo recente. É o passado estéril assegurando sua permanência. 
Na Alemanha de Hitler, após a debacle social com a humilhante derrota na Primeira Guerra Mundial, 80% dos alemães apoiavam o paternalismo nazista. O demagogo, como todos da estirpe, falava o que o povo queria ouvir e atirava-lhe migalhas das mesas dos poderosos. Stálin fazia o mesmo. 
Insistir nos fracassos do passado impede a construção do futuro. Tê-los como lições do que não deve ou pode ser feito, ajuda a edificá-lo. É por aí…
 

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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