Editorial – Futuro e passado
É o que a maioria absoluta da casta política não quer, mesmo que isto lhe custe a existência. A polarização artificial das eleições maioritárias de 2018 entre Lula e Bolsonaro reflete tal aferro histérico ao passado. Ao que não funciona, ao que desconstrói, à lei do mais forte e/ou mais velhaco.
“Abuso de poder, péssimos governos e corrupção triunfante, geradores de distorções na economia, são determinantes para alimentar o surgimento de figuras públicas dotadas de carisma e que se consideram salvadores da pátria” – nos diz Hélio Duque em artigo recente. É o passado estéril assegurando sua permanência.
Na Alemanha de Hitler, após a debacle social com a humilhante derrota na Primeira Guerra Mundial, 80% dos alemães apoiavam o paternalismo nazista. O demagogo, como todos da estirpe, falava o que o povo queria ouvir e atirava-lhe migalhas das mesas dos poderosos. Stálin fazia o mesmo.
Insistir nos fracassos do passado impede a construção do futuro. Tê-los como lições do que não deve ou pode ser feito, ajuda a edificá-lo. É por aí…