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Jardim Sônia Maria, em São Paulo, tem água, mas em Mauá, do outro lado da rua, não tem

 “Eu era feliz e não sabia.” Certamente os versos imortalizados por Ataulfo Alves povoam a mente dos moradores da rua que leva o nome do cantor, no Jardim Sônia Maria, em Mauá, todo dia que falta água. E todo dia falta.
Mas artista mesmo tem de ser para explicar a situação: basta atravessar a própria rua Ataulfo Alves, que do outro lado já é São Paulo, e lá não falta água. O local também chama Jardim Sônia Maria, no Parque São Rafael, mas a gestão do abastecimento é da Sabesp. Em Mauá, o serviço é da Sama – Saneamento Básico do Município.
Rosa Urendes mora no lado da Capital há quase 50 anos e diz: “Aqui é muito difícil faltar água, mesmo naquela época da crise, aqui nunca houve problema, e nada temos a reclamar da Sabesp”.
O mecânico Rodrigo Dias trabalha no lado de São Paulo há quatro meses, mora há alguns anos e disse nunca ter tido problema com o abastecimento.
Já Mirna Donini mora há 17 anos no lado de Mauá do Sônia Maria e afirma: “Falta sempre água aqui, é muito complicado, às vezes tem de vir até caminhão-pipa, mas a conta chega todo mês, não é barato, e a gente fica sem saber a quem recorrer”. E completa: “Pedimos a Deus e a esses governantes nossos que venham a ajudar”.
Joatlan Gomes dos Santos também reside no Sônia Maria, em Mauá, há cerca de 46 anos, e declarou: “Tenho amigos que só têm uma caixa, duas caixas, e eles ficam sem água”.
Eunice Neves disse que já foram feitos abaixo-assinados, mas nada mudou: “A gente tinha aquela esperança com a mudança de prefeito, mas não muda nada”.
Sobre o fato de ter água em um lado e não ter no outro, Eunice resume: “A explicação é que lá é São Paulo, tem outro prefeito, a distribuição é da Sabesp; e aqui é Mauá, Sama…”
Sabesp vê solução
A Sabesp respondeu em nota oficial, e vê solução fácil para o drama da população.
Segue a nota: “A Sabesp tem condições de resolver rapidamente o problema de falta d’água em diversos bairros de Mauá, como na região citada pelo jornal. Basta que a prefeitura manifeste interesse em solucionar a situação com a Sabesp. 
“No Sonia Maria e no Silvia Maria (que são dois bairros que ficam na divisa entre São Paulo e Mauá), são necessários apenas 120 metros de prolongamento de rede para que o abastecimento seja normalizado em menos de 1 mês. A rede interligaria a tubulação existente na rua Sebastião Marinho, localizada em São Paulo e atendida pela Sabesp, à rua Zequinha de Abreu, que fica em Mauá. Seriam aproximadamente 15 mil ligações de água, beneficiando diretamente cerca de 60 mil pessoas. Mauá tem uma dívida bilionária com a Sabesp. A Prefeitura apresentou uma proposta cuja aceitação, lamentavelmente, é inviável. O município propôs, por exemplo, o perdão de 90% da dívida e a regularização dos pagamentos somente daqui a sete anos. 
“A Companhia ressalta ainda que mantém o fornecimento de água à empresa municipal de saneamento (Sama), que é a responsável pela distribuição às residências, comércios e indústrias, portanto cabe ao município explicar porque a população fica sem abastecimento – até porque os moradores da cidade vêm pagando suas contas de água à empresa municipal de saneamento.”
A Sama respondeu com os seguintes esclarecimentos: “O fornecedor de água em ambas cidades é o mesmo, a Sabesp. No entanto, a Sama é compradora de água da Sabesp enquanto a própria Sabesp tem controle total do sistema de abastecimento na cidade de São Paulo. Temos cobrado insistentemente a ampliação da vazão de água ao município. O valor é questionado judicialmente há anos. Ainda não há uma decisão.”

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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