Circula no Brasil a tresloucada ideia de fechamento do regime a partir do tresloucado Bolsonaro.
Como se não bastassem a pandemia, o desemprego e a miséria, o chefe da Babel está mais preocupado em concentrar o poder do que com as mazelas que nos afligem.
Pensou em aproveitar a morte do PM Wesley Góes num estado governado por um petista, navegando na comoção de seus apoiadores e a proximidade do 1º de abril, comemoração do golpe de 64 tão acalentado pelo paraquedista. Mas o plano parece que fez água.
Não encontrou respaldo entre o oficialato de primeiro escalão e decidiu então incluir gente graúda das Forças Armadas na reforma ministerial. Tentaria recompor com os militares e agradaria ainda mais o Centrão, além de estancar eventual processo de impeachment.
O tiro saiu pela culatra.
Os três comandantes das Forças Armadas pediram renúncia conjunta por discordar do presidente da República. Caso inédito no Brasil mostrando sua fraqueza e o final de feira em que seu governo se transformou.
O “Mito” aliás sofreu duros reveses recentes. Lula voltou pro jogo, a LavaJato caiu em desgraça deixando os deputados fisiológicos mais soltos para voar, o capital financeiro soltou fogo pelas ventas com sua incompetência econômica e agora os militares deram um basta. A bancada da bala reclamou e a bancada do boi viu Katia Abreu ser humilhada publicamente pelo demissionário terraplanista Araujo.
Restou a ele tentar fazer avançar levar seus delírios persecutórios via parlamento. Articuladores do governo pediram urgência para votar o PL da “Mobilização Nacional” que em casos de pandemia e desastres naturais confere ao presidente poderes extras. Ficou falando sozinho.
O fato é que Bozo pretende apertar o cinto da democracia pois ele vem perdendo terreno no campo da política. A reorganização ministerial foi uma tentativa, porém se mostrou inócua.
Seus desejos despóticos estão presentes desde o primeiro dia de governo, mas ele possuía ampla base popular e as pesquisas mostravam índices de aprovação invejáveis para um estúpido como ele.
Era desnecessária a via autoritária.
O fato que seu capital político escorre velozmente por entre os dedos e ele deseja resgatar parte do prejuízo. As manobras feitas mostraram pouca eficácia neste sentido, mas ele não tem limites e nem muitas opções.
Talvez jogar todas as fichas agora posso ser uma estratégia pensada de um tudo ou nada. Vitorioso tentará recompor suas forças, derrotado terá um álibi que o livre de uma provável derrota eleitoral em 2022. Ver para crer.