A conversa é sempre a mesma. O criminoso liga no telefone fixo da vítima e diz ser da central de segurança da bandeira do cartão e informa que compras, em cidades distantes a do domicílio foram realizadas. A conversa segue com a vítima, assustada, passando informações pessoais e até digitando a senha. Logo após o “procedimento”, o estelionatário pede para o seu alvo cortar o cartão ao meio, sem danificar o chip, que “será encaminhado para perícia” e entregar para um motoboy em envelope lacrado com uma carta a mão própria com número do CPF, endereço e negando os gastos.
Quando o cartão é retirado, a quadrilha rapidamente efetua saques e realiza compras.
O último caso aconteceu na quinta-feira em São Caetano. Enquanto este REPÓRTER conversava com o delegado Hildo Estraioto, uma vítima, que preferiu não se identificar a este periódico, contou no 2º DP ter caído no mesmo golpe citado no início desta reportagem, inclusive a “abordagem” foi a mesma. O senhor, lúcido e letrado, de 75 anos, contou que só não teve prejuízos, pois logo após entregar o cartão ao motoboy ligou à central da operadora e fez o cancelamento. Para que este tipo de golpe não se propague, o delegado Hildo explica: “o banco ou operadora de cartão nunca envia motoboy ou qualquer outra pessoa para retirar o cartão”.
Sem precisar números, a Polícia Civil informa que os casos de estelionatos cresceram na região. Quase todos os dias, há casos sendo registrados.
