Editorial – Cortando na carne…

 Não tem jeito! Quanto mais se reza, mais assombração aparece. Após soturnas reuniões no fim de semana, anunciaram aumento de impostos, exumação da CPMF e pretensa redução da máquina do Estado. Primeiro, há que insistir que quanto mais perdulário, incompetente e irresponsável um governo, mais aumenta impostos. Segundo, ministro Levy, a CPMF não se prorroga: foi velada e enterrada pelo Congresso em 2007. Ninguém, no Céu ou no Inferno, sabe onde foi parar o dinheiro compulsoriamente arrecadado durante anos. Não será ressuscitando um demônio devidamente exorcizado que se salvará a honra de quem, a tendo um dia, não sabe onde a deixou pelos descaminhos. A pretensa redução da máquina pública – exaustivamente aparelhada – será apenas o remanejamento dos compadres, num quadro de livrar-se de aspones “inconvenientes”, que não sabem ao menos fingir que trabalham. Esse processo nada tem, como quer o Planalto, de transparente, e qualquer prefeito ou governador medianamente safado sabe como se diminuem as cadeiras sem deixar ninguém em pé no forró. Sabem também que com aprovação de um dígito e rejeição beirando o “teto da meta” há muito tempo deixaram de governar. São meros zumbis ou, para sermos modernos, drones desvairados em queda livre. A receita é simples, porém: renúncia, antes de esborrachar-se sonoramente, cortando de fato na própria carne. Não na alheia! Certo?