Editorial – Pagando o pato

 Houve dias atrás, no Consórcio Intermunicipal, uma reunião de prefeitos para avaliar os efeitos e tomar medidas ante a crise econômica que avassala o país. Avaliar os efeitos, podem. Chiar e espernear, também. Mas, por melhores preparados e bem intencionados, não apitam nada no que depende da competência ou sua falta dos governos federal e estadual, nessa ordem. Segurança, saúde e educação, pilares básicos de gestão, dependem de decisões e ações distantes da vida real nos municípios. E tais pilares estarão ou não engessados pelo comportamento da economia, sujeita sempre a chuvas, trovoadas e terremotos segundo perícia ou imperícia das administrações centrais. Exemplo de incompetência: foi ratificado na segunda-feira o Acordo de Associação Transpacífico (TPP, sigla em inglês) reunindo 12 países e incorporando 40% da economia mundial. O Brasil, devido à ideologia esquizofrênica reinante, ficou de fora. Não se beneficiará da parceria e será por ela prejudicado. Quem pagará, mais uma vez, o pato pela lambança? Quem afirmar que são os municípios, acertou no geral. No particular os munícipes: nós! E cairemos em cima de quem? Claro: dos prefeitos! Os da região fizeram muito nestes três anos – embora não o inalcançável “suficiente” – numa época de poucas oportunidades e vacas magérrimas. É uma pena que enquanto o mundo ativo vá de TPP, nosso país encalhe em eterna TPM…