Áudio mostra cabide de emprego na Consladel

 Uma gravação feita durante uma reunião no Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bernardo e Diadema) mostra que o presidente da entidade, Admilson Lucio de Oliveira, admite indicação política para cargos na Consladel, empresa responsável pela sinalização de trânsito, monitoramento de tráfego e construção civil em São Bernardo.  No áudio – de cinco minutos -, o sindicalista conta que dois vereadores petistas teriam “pedido a cabeça” de dois trabalhadores que, supostamente, teriam sido demitidos por integrarem uma greve.  “Os nossos vereadores estão fazendo média, pois estão tirando quem está lá porque acham que não contribuem mais. O Tião Mateus queria a vaga de qualquer jeito. Só que ele pediu a vaga e disse que o cara seria mandado embora por conta da greve. O Luizinho também”. Ainda no áudio, Admilson diz que interveio junto ao governo quando teve ciência da trama política. “Vamos mudar o jeito de cuidar desse negócio. Precisa mandar embora? Então vamos discutir politicamente. Se o vereador pedir a demissão, chamamos a pessoa, seguramos e dizemos que a partir de hoje responderá ao Admilson”, explica o próprio dirigente, que disputará uma cadeira como vereador pelo PT em 2016. “Manda embora quem for fazer campanha ao Marcelo Lima”, emenda, ao sugerir a saída de pessoas supostamente ligadas ao vereador que é pré-candidato a prefeito. Vereador de oposição ao PT, Marcelo Lima criticou a ação. “Como que o presidente de um sindicato admite que trabalha para o governo? Ele deixa claro cabide de emprego. O representante do sindicato assume que é normal. Isso é um absurdo. Usando a máquina sindical para fazer campanha para vereador”, dispara.   Não foi bem isso – Ao ser questionado pelo REPÓRTER sobre o áudio, Admilson admitiu que citou o nome dos vereadores. “Os trabalhadores vieram relatar isso a mim. Mas quando fui checar com a empresa, eles me garantiram que as demissões – 22 nos três últimos meses – foram decorrentes da crise econômica”, minimizou. Na sequência, porém, reiterou que existe “muita politicagem” na Consladel.  Tião Mateus não quis se posicionar sobre o assunto. Luizinho não retornou ao REPÓRTER. O empresário Jorge Marques Moura, conhecido como Jorginho, responsável pela Consladel e citado no áudio, não foi localizado.