Os pais de Yuri Mendes de Souza tiveram de esperar 12 anos até conseguir ouvir o filho dizer pela primeira vez as palavras “mamã” e “papá”. Como sequela do medicamento que tomou para tratamento renal, ainda bebê, Yuri ficou surdo. Mais tarde viria o diagnóstico de autismo.Yuri, hoje com 13 anos, está matriculado na Escola Municipal de Educação Básica (Emeb) Arlindo Miguel Teixeira, no Alvarenga, e é atendido pelo Centro Especializado em Reabilitação (CER) de São Bernardo, no Jardim Hollywood. “Nunca imaginei que um dia ele iria dizer mamã. Chorei de alegria”, diz a mãe do garoto, Maria Rita da Silva Santos.Com as consultas semanais com a equipe interdisciplinar do CER – formada por fonoaudióloga e psicóloga –, Yuri apresentou melhoras em diversos aspectos, principalmente na socialização e na comunicação. “Ele precisava se reconhecer como pessoa que tem deficiência auditiva para que pudéssemos ajudá-lo a desenvolver a questão da socialização”, afirma a psicóloga Gilmara Castro.O CER realiza diagnóstico, avaliação, orientação, estimulação precoce e atendimento especializado em reabilitação para pessoas com deficiência física, intelectual, visual e auditiva. O atendimento é realizado por equipe de 70 profissionais que realizam, em média, 4.400 atendimentos mensais, envolvendo 720 pacientes em reabilitação. Os pacientes são encaminhados para a unidade a partir da rede municipal de saúde.Busca de vitórias – A mãe lembra ainda que a família participou de aulas de Libras oferecidas pela Prefeitura de São Bernardo, o que ajudou na comunicação com o filho. “Antes a gente tentava se comunicar, mas se não entendíamos o que ele queria nos dizer, o Yuri se estressava. Isso não ocorre mais”, diz.Aluno em uma escola regular da rede municipal de ensino, Yuri conta com uma intérprete de Libras para auxiliá-lo em sala de aula. “Sem contar que ele causou uma revolução na escola. Agora há placas com indicações em Libras e os demais alunos o auxiliam. Ao invés de excluí-lo, eles o incluíram”, frisa Maria Rita.A mãe relata que nunca viu a deficiência do filho como um problema, mas sim como uma forma de buscar vitórias para o desenvolvimento dele. “Acredito muito no Yuri e tenho fé que ele vai conseguir estudar e que, cada vez mais, conquistará sua independência.”
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.