Nos tempos antigos, ver o cinematógrafo revestia-se de rituais e cerimônias: homens de chapéu, terno e gravata, mulheres de elegantes vestido de gala. Cadeiras estofadas, “toilettes” primorosamente higienizadas, bombonières sofisticadas, belos tapetes e cortinas… Via-se, durante a exibição, um halo azul no facho de luz dos projetores, pois, naqueles entonces, fumar era sinal de distinção e prestígio.Na medida em que a tecnologia avançava, as máquinas e equipamentos decaídos afastavam-se cada vez mais dos cenários urbanos, rumo aos cinemas rastaqueras do sertão. Mesmo ali, era só alegria!Num salto temporal curto, espremidas por lucros cessantes devido acesso às produções via telinhas, as casas de espetáculo das telonas sofreram mudanças pragmáticas acompanhando as tendências consumistas em voga: acabaram-se os salamaleques, o luxo, ritos e cerimoniais. Ir ao cinema tornou-se ato prosaico, comum e corriqueiro. Proibiu-se fumar no recinto, felizmente.Mesmo assim, o cinema perpetua sua magia. As salas estão hoje nos centros comerciais e os amantes da Sétima Arte, mesmo que de camiseta e bermuda, deleitam-se com sua paixão. O duro é encontrar lixo por todo lado, banheiros sem condições, como vimos dias atrás no Cinemark do Park Shopping de Sanca.Ô gente: ajudem aí! Vamos restaurar a tradição: requer-se a limpeza do Metrô, não a bagunça de trenzão de subúrbio!
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.