Assim como não há que espantar-se que um cachorro morda ou lata, que um gato mie ou arranhe, não há que espantar-se se canalhas ajam como tais livres e impunemente. O que espanta e indigna é constatar diariamente e num crescendo, a perda da capacidade de indignar-se do cidadão comum, salvo menos de 1/1.000 da população. O despautério político, administrativo e legal no país atinge as raias de um filme de terror de péssima categoria, nos quais roteiristas e atores crassos – porém sedentos de holofotes e glórias pífias – seguem um roteiro improvisado medíocre e deplorável, mas, substancialmente previsível.De vez que o cidadão comum perdeu, se é que alguma vez a teve, a capacidade de indignar-se e de agir firmemente contra os canalhocratas, estes deitam e rolam na criação e execução de factoides. Trazem à baila discussões sobre temas polêmicos como o aborto, entram com estranhas greves no sistema bancário ou no setor de combustíveis etc., etc. etc., ao passo que destituem juízes que investigam denúncias ou mesmo crimes de próceres ou de seus familiares, de seus partidos e organizações como se intocáveis fossem. Disse ao ser preso, tempos atrás, Renato Duque, hoje réu confesso metido em falcatruas homéricas na Petrobrás: “- Que país é este?”… Certamente, o protagonista de espantoso espetáculo de falta de vergonha na cara sem paralelo na História. É isso…
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.