Editorial – Botando pra correr!

 Depois da ocupação das ruas por quatro ou cinco milhões de brasileiros contra o banditismo oficial e exigindo cadeia para maluco corrupto, apoiando a operação Lava Jato, o DPF, o MP e a Justiça, veio a ressaca. Durante o fenômeno, o grande pronunciamento da presidente foi condenar uma pichação numa gangue estudantil alugada e outra suspeitíssima invasão de mocó dos aloprados a soldo.  Após, veio o nhém-nhém-nhém governamental de sempre sobre plenitude democrática etc., etc. etc. Que bonzinhos! Botam o país no fundo do buraco e ainda posam de vestais imaculadas. Vem um mequetrefe insólito – dos que representam a facção no Congresso –  e diz que a oposição que organizou as manifestações também foi repudiada. “- Num é só de nóis que eles num gosta!”.  Primeiro, a oposição amarelona não organizou porcaria nenhuma, como é fartamente sabido. Segundo, os cabeças-de-bagre que não puderam usufruir do trabalho alheio não representam, nem de longe, os que ocuparam as ruas. São partes dum sistema infectado e mutilado, à beira da falência. Insistimos: não há virgens incautas num bordel.  Mas, retomando a tese da ressaca, nos 5.570 municípios do país, ato seguido retomou-se a velha e rançosa política do poder a qualquer preço como se nada houvesse ocorrido, haja vista as eleições de outubro. Há que seguir, sem tréguas, botando as nulidades pra correr. Afrouxou, dançou…