Chegou a época do ano em que empresas entregam panetones, cestas de Natal, promovem festas e distribuem brindes como forma de agradecer pelo ano de trabalho dos empregados e da equipe. Mas quando se fala em motivação, será que só isso é suficiente?
A motivação é um item indispensável em toda equipe. Difícil de construir, fácil de perder. E o final do ano escancara realidades dentro das empresas que podem fortalecer vínculos ou quebrar de vez a confiança dos colaboradores.
Por exemplo, empresas que alegam não ter verba para aumento de salário, promoção ou divisão de lucros e resultados, mas fazem uma festa faraônica de final de ano entram em contradição. A mensagem que chega ao trabalhador é clara: existe dinheiro, mas ele não está sendo destinado àquilo que realmente impacta sua vida. E quando o discurso não combina com a prática, a confiança, que é um dos pilares da motivação, fica abalada.
Sem falar que reconhecimento não é apenas cesta, prêmio ou brinde. Reconhecimento de verdade tem a ver com salário justo, aumentos reais, participação nos lucros, plano de carreira estruturado, respeito à jornada, ao descanso, às metas possíveis e, principalmente, ao esforço individual de cada pessoa. É saber que o seu trabalho está sendo visto, valorizado e recompensado de forma consistente ao longo do ano, e não apenas lembrado no mês de dezembro.
Motivação verdadeira nasce no dia a dia. Está no líder que dá feedback claro, que corrige com respeito, que cobra com critério e que também sabe elogiar na hora certa. Está na empresa que investe em capacitação, que abre espaço para crescimento, que promove quem merece, que cria critérios transparentes para aumento de salário, evolução de cargo e participação nos resultados. Está na previsibilidade, na justiça e na coerência.
Um exemplo simples, mas poderoso: quando a empresa antecipa metas, explica objetivos, envolve a equipe nas decisões e compartilha resultados, o colaborador deixa de ser apenas executor e passa a se sentir parte do negócio. Outro exemplo prático é cumprir corretamente direitos básicos, como horas extras, férias, descanso semanal e benefícios. Isso também é motivação, e das mais sólidas.
Por isso, no final deste ano, dê mais do que boas festas aos seus colaboradores. Dê perspectiva, dê crescimento, dê reconhecimento verdadeiro, dê participação nos resultados, dê respeito e coerência entre discurso e prática. O panetone acaba em poucos dias. A forma como a empresa trata sua equipe, essa sim, fica gravada o ano todo.
Munick Rabuscky Davanzo

