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Cantareira atinge nível crítico e acende alerta para abastecimento na Grande SP

Chuvas recentes causaram transtornos no ABC, mas não foram suficientes para elevar os níveis dos principais reservatórios da Região Metropolitana

 

Os dados mais recentes dos sistemas de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo revelam um cenário preocupante. O Sistema Integrado Metropolitano opera com 25,8% do volume útil, o equivalente a 502,10 hm³, índice inferior ao registrado em 15 de novembro, quando o nível era de 27,5%, com 534,34 hm³, indicando queda contínua mesmo após episódios de chuva intensa.
Além disso, na região do ABC, o Sistema Rio Grande, responsável pelo abastecimento de São Bernardo, Santo André e Diadema, registra 55,2% do volume útil, sem variação positiva. Ainda assim, o acumulado de chuvas no mês, que chegou a 184,3 mm, não foi suficiente para promover recuperação significativa do reservatório, apesar dos estragos causados pelas tempestades.

 

ALERTA

Contudo, o cenário mais alarmante está no Sistema Cantareira, principal manancial da Grande São Paulo, com capacidade para abastecer cerca de nove milhões de pessoas. Atualmente, o sistema opera com apenas 20,6% do volume útil, totalizando 201,85 hm³, mesmo após um volume mensal de chuvas acima da média histórica.
Nesse sentido, dados da ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e da SP Águas indicam que o Cantareira rompeu um limite simbólico e técnico. Na última segunda-feira (8), o nível caiu para 19,66%, aprofundando a tendência de baixa observada no dia anterior, quando marcava 19,86%.

 

QUEDA

Porém, caso o volume permaneça abaixo de 20% na virada para janeiro de 2026, o sistema entrará automaticamente na Faixa 5 – Especial, o estágio mais severo criado após a crise hídrica de 2014, prevendo restrições inéditas na retirada de água.

 

HISTÓRICO

Apesar disso, a situação da represa Jaguari-Jacareí, uma das principais do Cantareira, agrava ainda mais o quadro, operando com 16,8% da capacidade, a pior marca desde 2014. Com níveis abaixo de 30%, já foi necessário acionar o bombeamento de água da bacia do Rio Paraíba do Sul.

Juntamente com isso, a Sabesp passou a utilizar uma nova estrutura que permite a transferência de até 2.500 litros por segundo da bacia do rio Itapanhaú, na Serra do Mar, para o Sistema Alto Tietê, estratégia considerada essencial para evitar colapso no abastecimento.

Todavia, a possível entrada na Faixa 5 – Especial implica uma redução severa na capacidade de exploração do Cantareira. Atualmente, na Faixa 4 (Restrição), o limite de retirada é de 23 m³/s, mas cairia para 15,5 m³/s caso o nível crítico se confirme.

 

MARCOS FIDELIS

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