A chance do Brasil na Copa dos EUA
Mais do que um empate contra a Túnisia, a Seleção Brasileira entra numa fase de laboratório. Carlo Ancelotti tem pouco tempo para montar um grupo competitivo visando o hexa. Coincidências ou não, o Brasil enfrentou um jejum semelhante décadas passadas, quando venceu em 1970, passou um longo período sem levantar o caneco e voltou a ganhar uma estrela em 1994, nos Estados Unidos, depois de uma Eliminatória sofrível, em que quase não se classifica. Agora, cabe a um técnico estrangeiro repetir a dose e, quem sabe, novamente em solo estadounidense, voltar a levantar a taça, algo que não acontece desde 2002.
A safra de jogadores pode não ser das melhores — há tempos não é, por assim dizer. Mas a individualidade de alguns, somada à técnica de outros, pode ser que funcione. Porém, ao que tudo indica, será uma zebra o Brasil se sagrar campeão do mundo nesta edição.
Por falar em zebra, não há uma seleção que possa ser considerada favorita para a edição, o que pode fazer com que o Brasil entre em pé de igualdade com as demais. França, Alemanha, Inglaterra, Holanda e Portugal — as tradicionais da Europa — não vivem boas safras de jogadores. A Itália corre o risco de não ir para a Copa pela terceira vez seguida, pois perdeu a vaga direta para a Noruega, que foi a grande sensação das Eliminatórias Europeias.
Já na América do Norte e Caribe, que não terá as seleções mais fortes, pois são os países-sede, pode ser que pintem surpresas, como o Suriname, que pode superar o Panamá e ir para a Copa pela primeira vez.
O aumento de 36 para 48 seleções permite exatamente essa maior diversidade de equipes que nunca foram ou que pouco frequentaram a competição, pela disparidade técnica em seus continentes. Mais do que isso, aumenta o poder de competição e de valor do torneio.
Laboratórios ou não, o papel de Ancelotti neste tempo será criar uma base e montar uma equipe forte para brigar de igual para igual com as seleções europeias e, a cada fase da Copa, ir lutando pelo título. Que as coincidências se repitam e venha o hexa!
