O governador Tarcísio de Freitas – Republicanos, voltou a afirmar que iniciar a construção da Linha 20-Rosa do Metrô pelo ABC Paulista é uma “obsessão pessoal”, reforçando que a instalação do pátio de manobras em São Bernardo é essencial para que o projeto saia do papel. Além disso, ele destacou que a única forma de viabilizar a obra na região é garantir o pátio de manutenção no território bernardense.
Ainda assim, Tarcísio explicou que existem alternativas técnicas para compatibilizar a presença do centro logístico da Prologis — que pretendia investir na mesma área — com as necessidades do Metrô. “Tem muita solução técnica para harmonizar a necessidade do pátio de manobras com o investimento da Prologis”, afirmou. Do mesmo modo, o governador reiterou que “a engenharia tem solução para tudo”.
Além disso, Tarcísio defendeu que a convivência entre centros logísticos e linhas de metrô é comum em grandes metrópoles ao redor do mundo. Em outras palavras, segundo ele, é plenamente possível integrar os interesses privados e públicos sem comprometer o desenvolvimento urbano da região.
Recentemente, o governo estadual emitiu uma DUP – Declaração de Utilidade Pública que autoriza o uso de 226,7 mil m² do terreno da antiga fábrica da Ford, em São Bernardo, para a construção do pátio da Linha 20-Rosa. Contudo, logo após a decisão, a Prologis suspendeu o projeto de um condomínio logístico que seria instalado no local, alegando impactos diretos em seu planejamento estratégico.
Ainda mais, essa decisão do governo foi tomada após o fracasso de tentativas anteriores de instalar o pátio em outros pontos da região. Por exemplo, a ideia inicial do Metrô era utilizar a área da antiga Rhodia, em Santo André, próxima à futura estação terminal da Linha 20-Rosa. Todavia, o início das obras de um novo centro logístico tornou a desapropriação praticamente inviável.
Um segundo terreno, localizado ao sul das linhas da CPTM, também chegou a ser considerado. Porém, sua distância exigiria uma extensão grande dos trilhos apenas para acesso de manutenção — o que, na prática, inviabilizou a alternativa. Bem como, esse espaço acabou sendo repensado para outro projeto: o pátio da futura Linha 14-Ônix.
Nesse sentido, o governo passou a enxergar a área da Ford como a opção mais viável. Juntamente com a localização estratégica, o terreno está limpo e próximo ao eixo da Linha 20-Rosa e da futura estação Taboão-Paulicéia, o que facilita a logística das obras. Ou seja, trata-se do espaço mais adequado para abrigar os dois “tatuzões” que abrirão os túneis na primeira fase do projeto — um avançando rumo a Santo André e outro seguindo até a região da estação Saúde, onde haverá conexão com a Linha 1-Azul.
MARCOS FIDELIS
