Mesmo com chuvas, Sistema Integrado segue em alerta com baixos níveis

Apesar das chuvas registradas nos últimos dias, o Sistema Integrado Metropolitano permanece com índices preocupantes, o que, além disso, reforça o estado de alerta para possíveis medidas de racionamento na Grande São Paulo. Em 20 de outubro, o volume estava em 29,0%; contudo, em 17 de novembro, o índice caiu para 27,1%, demonstrando que a precipitação recente não foi suficiente para reverter a tendência de queda.

NÍVEIS

Ainda assim, os reservatórios que atendem diretamente o ABC e a Região Metropolitana apresentam cenários distintos. O Sistema Alto Tietê — responsável por abastecer 4 milhões de pessoas na zona leste da capital e em municípios vizinhos — operava com apenas 20,6% em 18 de novembro, com discreta variação diária de 0,1%. Além disso, o nível segue muito abaixo do ideal para o período de transição para o verão, quando o consumo tende a aumentar.

Do mesmo modo, o Sistema Rio Grande registrou 56,4% na mesma data, com leve alta de 0,5%. Em outras palavras, apesar de mais confortável, o índice ainda não é suficiente para afastar preocupações, já que o sistema é estratégico para aliviar a pressão sobre outros mananciais em situação mais crítica. Contudo, o quadro mais sensível continua sendo o do Sistema Cantareira. Mesmo com episódios recentes de chuva forte, o volume estava em 23,3% no dia 10 de novembro, nível considerado de “restrição”. Nesse sentido, o dado reacende comparações com a crise hídrica de 2014 e 2015, quando o Cantareira chegou a pouco mais de 11% e exigiu o uso do volume morto.

Além disso, o governo paulista retomou em outubro o plano de racionamento para evitar que o abastecimento chegue ao nível crítico. O pacote inclui o Regime Diferenciado de Abastecimento, o controle da pressão na rede, redução do fornecimento entre 8h e 16h e possibilidade de rodízio.

Apesar disso, as chuvas que atingiram o Estado nos últimos dias ainda não foram suficientes para recompor os reservatórios. A previsão para quarta-feira (19) indica céu nublado, chuviscos na madrugada e abertura gradual ao longo do dia, com temperaturas entre 16°C e 25°C. Porém, meteorologistas alertam que, embora essas instabilidades tragam algum alívio momentâneo, ainda não representam o volume necessário para recuperar os mananciais.

A Sabesp informou, ao REPÓRTER, que, com o objetivo de preservar os mananciais, que vivem a estiagem mais severa dos últimos dez anos, foi adotada a redução da pressão em 27 de agosto por determinação da Arsesp, feita no período noturno, quando há menor consumo pela população. Entre os dias 27 de agosto e 21 de setembro, a redução era de oito horas, começando às 21h e encerrando às 5h. A partir do dia 22 de setembro, o horário foi ampliado em 2 horas, começando às 19h e acabando às 5h.

MARCOS FIDELIS