Presente na inauguração do gigantesco Centro Logístico – CL da Goodman em Santo André, na manhã desta quarta-feira (12), o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Jorge Lima, concedeu exclusiva ao ABC Repórter e expôs seu ponto de vista de como a região do ABC pode se tornar um polo logístico.
Inicialmente, Jorge sugeriu que a região, talvez, tenha se esquecido de seu potencial longe da indústria, mas que é uma realidade que a Administração Andreense tem incorporado.

ABC demorou
“O ABC demorou-se a ver que estava volumando o desenvolvimento imobiliário, diminuindo sua área industrial, e que chegaria um momento em que uma grande indústria não ficaria. Dependendo do tipo de indústria, não fica. Você pega as petroquímicas que estão nessa região, a maior preocupação é o desenvolvimento imobiliário vindo muito perto. Em Santo Amaro, por exemplo, tem uma crise com a Saint Gobain, que está saindo justamente porque tem moradia perto”, exemplificou o secretário, que prosseguiu:
“Na minha opinião, o ABC ficou muito tempo amarrado no estigma de uma indústria, sem ver todo esse potencial. Aí, sim, já começa o trabalho do Paulo – Serra, do próprio Gilvan agora, de ver oportunidades como essa, de um complexo logístico, já que temos um porto próximo, boas estradas, um mercado consumidor enorme, que é São Paulo. Começou a haver a parte de inovação, trazer tecnologia, isso aqui está crescendo bastante, tem até espaço para data center”, Jorge usou de seu olhar clínico para indicar onde pode haver investimentos.
Do mesmo modo, Jorge indica que é preciso atuar com pequenas e médias empresas com serviço de valor agregado e ponderou ao comentar sobre vocação.
“Talvez, não tenha sido só o esquecimento, talvez seja entender a vocação. Estamos num processo de inovação exponencial no mundo. Então, você tem que ser muito rápido em ler e acoplar a inovação para ver para onde está indo, portanto, tem que estar questionando o futuro da sua cidade. Por isso, tem que começar a ser inteligente”, aconselhou Jorge.
Verticalizar
Ao finalizar a exclusiva ao ABC Repórter, o secretário indicou sua predileção por edificações que, inclusive, são usadas em outros países, até para mitigar a falta de espaço horizontal.
“Eu aposto muito, daqui a pouco, na verticalização do Centro de Distribuição – CD, já que tenho menos espaço e o faço vertical. É uma ideia que eu gosto, é um modelo muito usado na Europa, Estados Unidos, tem na China também. Então, certamente, a verticalização é uma coisa interessante”, concluiu o titular da Pasta do Estado de São Paulo.
CELSO M. RODRIGUES
