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Em Diadema, formação gratuita coloca terceira idade em dia com o universo digital

Escola Digital da Melhor Idade, curso da Fundação Florestan Fernandes, ajuda o público maduro a usar apps de celular, redes sociais, internet e a evitar golpes

É a coisa mais fácil de acontecer: todo mundo tem um parente que entrou para a fase “madura” e que tem dificuldade para pedir comida por aplicativos, que sofreu um golpe ou acabou comprando dois sofás on-line, quando desejava apenas um. Para os cerca de 70 alunos do curso Escola Digital da Melhor Idade, no entanto, essas dificuldades são cada vez mais coisa do passado. Lançado em março deste ano pela Fundação Florestan Fernandes – uma autarquia vinculada à Prefeitura de Diadema -, a formação, gratuita e já em seu segundo ciclo, insere o público maduro no mundo das ferramentas de apps, redes sociais e internet.

Uma das alunas da formação, Célia Dias Santos, 69 anos, é um exemplo do acerto da iniciativa. “Antes do curso não conseguia usar o celular para muita coisa. Eu tinha vontade, mas em casa ninguém me ensinava. Uma vez fiquei muito doente e precisei falar com o vizinho para ele chamar um carro pelo aplicativo. Mas hoje eu consigo me ‘desenrolar’ sem pedir ajuda de ninguém, sei me virar. Eu sou comerciante e aprender a usar o pix ajudou meu comércio.” Para ela, hoje em dia é quase obrigatório entender pelo menos um pouco sobre esse mundo digital.

Gilberto Hortalino De Gouveia, 65, morador do Jardim Olga, é outro aluno que está satisfeito com a oportunidade de aprender coisas novas. “Esse curso me ajudou bastante. Tinha coisas que eu não tinha condições de fazer e outras eu tentava, mas precisava de ajuda. Estava sempre pedindo ajuda para um ou outro.”

Para Gilberto, uma das vantagens da formação é aprender a comprar coisas pela internet sem medo. “Não tinha esse hábito até por causa dessas dificuldades. Uma vez comprei on-line duas câmeras e não veio a que eu queria. Acredito que eu deva ter errado alguma coisa. E nem pude devolver porque já tinha passado muito tempo”, afirma.

Sobre o que ele acha que foi importante ter aprendido no curso, Gilberto não tem dúvida. “Foi poder começar a pedir comida para entregar em casa. Antes eu não pedia, não me arriscava.”

Já a aluna Elza Octavia da Conceição, 81, da Vila Conceição, que nunca gostou nem de usar o celular, agora não tem dúvida sobre a importância do aparelho. “Aprendi muita coisa e agora consigo atender o celular, falar com meus filhos, e uso a câmera quando ligo para parentes no interior”, completa, com um sorriso no rosto.

Alguns dos conteúdos trabalhados pelo professor Fábio Lopes Guerreiro ao longo da formação são o básico sobre o uso do celular (Android), inclusive questões de segurança e WhatsApp; YouTube e entretenimento digital; serviços governamentais e documentos digitais, como o cadastro no GOV.BR , e serviços relacionados a INSS, SUS, CNH Digital, Carteira de Trabalho Digital, FGTS, CPF digital, título de eleitor online; aplicativos bancários e pagamentos digitais; o que é um QR Code e como utilizá-lo; compras online seguras; como identificar golpes e fraudes; e o computador e suas funcionalidades, inclusive como utilizar mouse, teclado, pendrive e impressora.

Guerreiro cita uma situação para descrever a importância de todos se inteirar sobre as potencialidades, e riscos, das novas tecnologias. “O marido de uma aluna sofreu um golpe pelo celular na conta de banco. A gente conseguiu intervir e o banco vai devolver o dinheiro. O resultado disso tudo é que, agora, ele também se interessou e pretende se matricular no curso.”

A formação inteira tem 60 horas e as aulas acontecem uma vez por semana. O segundo ciclo teve início em julho e a formatura está prevista para acontecer em dezembro.

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