Em uma ofensiva para combater irregularidades na comercialização de bebidas alcoólicas e proteger a saúde da população, o governo de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira (9) a operação Gota a Gota, que teve como alvo fornecedores e bares de São Bernardo. Três estabelecimentos foram interditados na cidade após suspeita de vender bebidas destiladas adulteradas com metanol — substância altamente tóxica e proibida para consumo humano.
Entre os locais fechados estão o Villa Jardim, no bairro Taboão; o Boteco da Villa, na Paulicéia; e a Adega do Braga, no Parque dos Químicos. Além disso, outros nove endereços na região foram fiscalizados, sendo três deles ligados à cadeia de fornecimento de um bar são-bernardense lacrado recentemente após um caso de intoxicação.
Segundo o auditor fiscal da Sefaz – Secretaria da Fazenda e Planejamento, Márcio Araújo, a operação tem como foco não apenas o varejo, mas toda a rede de distribuição. “São 12 alvos nesta operação. Três fazem parte da cadeia de fornecimento de um bar em São Bernardo lacrado pelo envolvimento num caso de intoxicação. Outros estão vendendo bebidas sem registro de onde os produtos vieram. E outros registram bastante volume de entrada de bebidas e não registram saída, o que pode indicar adulteração”, explicou o auditor.
Ainda mais, a ação faz parte de um trabalho minucioso de rastreio e cruzamento de informações fiscais. Nesse sentido, as equipes utilizaram sistemas como NF-e – Nota Fiscal Eletrônica, NFC-e – Nota Fiscal ao Consumidor Eletrônica e o SAT – Sistema Autenticador e Transmissor de Cupons Fiscais Eletrônicos para mapear o fluxo das mercadorias e identificar indícios de fraude. Em outras palavras, o cruzamento de dados permitiu localizar inconsistências que apontam possíveis adulterações em bebidas como vodka, cachaça, uísque e gin.
Do mesmo modo, a operação contou com uma força-tarefa de 30 auditores fiscais da Receita Estadual e 40 policiais civis do DPPC – Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania, que atuaram conjuntamente em inspeções, interdições e suspensões de inscrições estaduais. Além disso, o trabalho teve apoio de órgãos municipais, Procon e vigilâncias sanitárias locais, garantindo uma ação coordenada em todas as frentes.
Até o momento, conforme balanço preliminar divulgado pela Secretaria da Fazenda, 12 estabelecimentos foram interditados e 23 fiscalizados em todo o Estado. Apesar disso, as investigações continuam para rastrear possíveis pontos de adulteração e distribuição clandestina. Em complemento, a Fazenda e Planejamento suspendeu preventivamente a inscrição estadual de seis distribuidoras e dois bares, totalizando oito estabelecimentos comerciais bloqueados.