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O Consórcio Intermunicipal Grande ABC realizou reunião nesta quinta-feira (02/10) com representantes dos sindicatos de servidores públicos da região.

A proposta do encontro foi objetivada no sentido de abrir um canal de diálogo entre os trabalhadores do setor público e os gestores municipais, fortalecendo a participação sindical nas decisões que impactam a categoria e a qualidade dos serviços prestados à população. Com cerca de 50 mil servidores públicos distribuídos nos municípios do ABC, a escuta regional é fundamental para a construção de políticas públicas mais justas, inclusivas e representativas, garantindo melhores condições de trabalho e atendimento de qualidade aos munícipes.

Entre os temas debatidos, esteve em destaque a jornada de trabalho na escala 6×1, que restringe o convívio familiar e o direito ao descanso. O SINDSERV-SBC, representado pelo presidente Dinailton Cerqueira, reafirmou sua posição contrária a esse regime, ressaltando que, na perspectiva de um sindicato cidadão, defender melhores condições de vida para o trabalhador é também defender o direito da população a serviços públicos de maior qualidade. “O tempo livre precisa ser entendido como parte da vida urbana: acompanhar os filhos na escola, desfrutar dos parques da cidade, viver a comunidade. Defender o fim da escala 6×1 é defender também o direito de viver a cidade e fortalecer os vínculos familiares”, destacou o presidente.

Outro ponto considerado relevante foi a Reforma Tributária recentemente aprovada, tratada como um primeiro passo rumo a uma justiça social mais ampla. Pela primeira vez, parcelas de maior renda passam a contribuir de forma mais efetiva: uma pequena faixa começa a pagar alíquota de 10%, enquanto rendas até R$ 5.000 permanecem isentas e até R$ 7.500 entram em contribuição gradual. Embora parcial, os dirigentes avaliaram que se trata de um início importante para a construção de um sistema tributário mais justo.

Também esteve na pauta a PEC 66 e, em especial, a PEC 32, conhecida como Reforma Administrativa. Os representantes sindicais alertaram que, caso aprovada, ela poderá fragilizar profundamente o serviço público, substituindo servidores concursados por vínculos temporários e precários, sem garantias mínimas de estabilidade. Tal mudança, segundo os sindicatos, não ameaça apenas os trabalhadores, mas coloca em risco a continuidade e a qualidade do atendimento aos munícipes, ao deixar servidores sob influência de interesses políticos imediatistas.

“O serviço público só se sustenta quando é prestado por trabalhadores valorizados, com direitos assegurados e autonomia para servir à sociedade, e não a governos de plantão”, afirmou Dinailton. Os sindicatos reforçaram ainda que a transparência e a ampla participação da categoria são condições fundamentais para enfrentar esses debates, que repercutem diretamente na rotina da população do ABC.

A expectativa é de que o encontro marque o início de um processo permanente de diálogo entre sindicatos e governos municipais, resultando em políticas públicas mais justas, inclusivas e representativas para servidores e munícipes da região.

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