A música mundial pode estar diante de um marco histórico. O maestro violonista brasileiro Robson Miguel levou recentemente aos Estados Unidos sua pesquisa sobre a Nota Kall, conhecida como a oitava nota musical. A tese, apresentada em um show-palestra para o doutorado de música da Universidade de Campbellsville e na Jefferson Technical College, ambas no estado de Kentucky, será incluída no currículo acadêmico já no primeiro semestre de 2026.
Além de defender sua descoberta em solo americano, Miguel surpreendeu o público ao demonstrar a Nota Kall reproduzida pela voz humana, explorando sons que até então eram considerados inalcançáveis no campo musical tradicional.
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A descoberta da Nota Kall e sua origem
A chamada oitava nota musical era desconhecida pela teoria ocidental até ser investigada por Robson Miguel em parceria com Urandir Fernandes, da Dakila Pesquisas. A base do estudo remonta a documentos de 1992 que apontam para registros de povos da Amazônia, que já utilizavam a nota extra, identificada como “nota celestial”.
Essa pesquisa despertou curiosidade tanto no meio acadêmico quanto entre músicos de várias vertentes. Em 2025, Miguel iniciou uma turnê mundial que já passou pelos EUA, seguirá para o Japão em novembro e desembarcará na Europa em dezembro, sempre promovendo o movimento que ele batizou de “musiKall”, cujo propósito é “sensibilizar, harmonizar e afinar o mundo”.
A prova da oitava nota na voz humana
Em nova etapa da pesquisa, Robson Miguel demonstrou como a Nota Kall pode ser reproduzida pela voz humana. O processo ocorre através dos chamados overtones ou sobretons, técnica que possibilita a emissão simultânea de dois sons distintos por um mesmo cantor.
“Os acordes naturais são formados por três notas, que chamamos de tríade consonante — a 1, 3 e 5 (dó, mi, sol). A partir da 8ª nota (dó), as tríades se repetem em tons mais agudos. Essa sequência corresponde à própria sequência de Fibonacci”, explica o maestro.
No vídeo de demonstração, Miguel destaca que é preciso primeiro emitir uma nota real, a partir da qual surge a Nota Kall, mais aguda, por meio dos harmônicos.
Técnica ancestral e conexão com culturas indígenas
A emissão de sobretons é uma técnica antiga, utilizada por povos Guarany, Tupy-Guarany, além de comunidades tradicionais do Tibete, Mongólia e Tuva (na Sibéria). Essas práticas vocais permitem ouvir dois ou mais tons simultaneamente e agora são reinterpretadas na pesquisa que deu origem à Nota Kall.
Segundo o maestro, o resultado é mais do que sonoro: trata-se de uma experiência sensorial que conecta o canto humano à frequência natural da Terra, em 432 Hertz, também conhecida como Diapasão de Verdi. Essa afinação alternativa se aproxima da chamada Frequência de Schumann (7,83 Hz), estabelecendo uma relação direta entre a música, a matemática de Fibonacci e até as moléculas de água presentes no corpo humano.
Agenda internacional e interação com o público
A relevância da descoberta tem levado o maestro a compartilhar sua pesquisa em palcos internacionais. Em 1º de outubro de 2025, às 12h (horário de Brasília), Robson Miguel será entrevistado pelo canal de YouTube Jornal Dakila News, oportunidade em que também responderá perguntas do público sobre a oitava nota musical Kall.
Com a repercussão crescente, a Nota Kall se consolida como um tema de interesse acadêmico e cultural, abrindo espaço para debates sobre os limites da música e sua conexão com ciência, ancestralidade e espiritualidade.