Priscila Cardoso
O cenário da violência contra a mulher em São Bernardo do Campo é alarmante. Atualmente, mais de 5.400 processos tramitam na Vara de Violência Doméstica do município, com previsão de audiências que podem se estender até 2027.
Em entrevista exclusiva, o juiz da Vara de Violência Doméstica, Dr. Mário Rubens, explicou os motivos da demora e apontou os desafios no enfrentamento ao feminicídio. Segundo ele, cerca de 300 novos processos chegam por mês à Vara, além de 5 a 15 pedidos de medidas protetivas diárias. Essa sobrecarga torna inevitável a lentidão nos julgamentos.
“Hoje existe um grupo de trabalho entre a OAB, o Ministério Público e o Poder Público com o objetivo de implantar uma segunda Vara. Assim, teríamos dois juízes para agilizar os julgamentos”, destacou o magistrado.
Como enfrentar o feminicídio?
Questionado sobre os caminhos para combater a violência de gênero, Dr. Rubens foi enfático:
“É necessário um trabalho conjunto entre Prefeitura, Ministério Público, Defensoria, OAB e todas as secretarias municipais. Só assim será possível apoiar, de forma efetiva, as vítimas de violência doméstica.”
Ele lembrou ainda iniciativas já implantadas em São Bernardo, como a Casa de Passagem, o Projeto Guardiã Maria da Penha e o Hospital da Mulher, que oferecem suporte de saúde, segurança e acolhimento emergencial — inclusive durante a madrugada, quando outros serviços não estão disponíveis.
EDUCAÇÃO
e acordo com o juiz, os números cresceram significativamente nos últimos 18 meses. Ele defende que a prevenção deve ir além das medidas judiciais.
“É preciso educar homens e mulheres para relações saudáveis. Temos que entrar nas escolas, nos hospitais e nas secretarias de segurança para discutir masculinidades e relações tóxicas que geram violência. A responsabilidade é de todos nós”, afirmou.
Serviços de apoio: Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher; Ligue 153 – Projeto Guardiã Maria da Penha; ou ligue 190 – Polícia Militar.
As primeiras 72 horas após a agressão são fundamentais para garantir a segurança da vítima. Mas mesmo após esse período, é essencial buscar ajuda.
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