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Escassez leva Sabesp a aumentar tempo de redução de pressão da água

A Sabesp iniciou ontem uma ampliação no tempo de redução da pressão da água em toda a Grande São Paulo. Agora, a medida temporária será aplicada diariamente das 19h às 5h, totalizando dez horas consecutivas. Até então, contudo, a redução ocorria das 21h às 5h, ou seja, oito horas por dia.

De acordo com a companhia, a ação segue recomendação da ARSESP – Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo diante da ausência de previsão de chuvas e dos baixos níveis dos reservatórios. Ainda mais, foi determinado também o gerenciamento de pressão no período diurno em patamares que garantam o abastecimento de todos os imóveis.

Segundo a Sabesp, a iniciativa tem caráter preventivo e temporário. “O objetivo é reduzir perdas e evitar vazamentos, preservando, assim, os reservatórios que abastecem a região”, informou em nota. Nesse sentido, a estatal reforçou que imóveis com instalações conectadas à caixa-d’água devem sentir menos os efeitos da redução.

Ainda assim, a empresa destacou a importância do consumo consciente por parte da população. Em agosto, a economia prevista na primeira fase da redução era de 4 m³/s, mas o resultado superou a expectativa, chegando a 4,2 m³/s. Em outras palavras, o volume economizado foi suficiente para abastecer mais de 800 mil pessoas durante um mês, o que equivale a uma cidade do porte de São Bernardo.

O boletim mais recente do Comitê de Integração das Agências para a Segurança Hídrica, que reúne a Arsesp e a SP Águas, apontou que o sistema responsável pelo abastecimento da região metropolitana operava, na última sexta-feira (19), com apenas 32,8% de sua capacidade útil. Porém, esse índice é 7,7 pontos percentuais inferior ao registrado no mesmo período de 2021.

Os sistemas Cantareira e Alto Tietê, que juntos concentram cerca de 80% da capacidade de fornecimento, também apresentam quedas expressivas. O Cantareira estava com 30,3% de armazenamento, enquanto o Alto Tietê operava com 26,1%. Do mesmo modo, a média de queda registrada na última semana foi de 0,26% ao dia, o que acende ainda mais o alerta.

Apesar disso, a Sabesp reiterou que está monitorando a situação e que a medida busca evitar problemas mais graves de abastecimento. Todavia, especialistas lembram que a estratégia de reduzir a pressão já é conhecida e foi amplamente utilizada durante a crise hídrica de 2014 a 2016, quando o estado enfrentou um dos períodos mais críticos de escassez de água.

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