São Bernardo do Campo tem se tornado palco de grandes nomes da música no Brasil,
promovendo eventos gratuitos que extrapolam as fronteiras da própria cidade. O recente show
da cantora Ana Castela, que levou multidões ao Paço Municipal para comemorar os 472 anos
de São Bernardo, é apenas um exemplo de como a agenda cultural gratuita tem atraído
moradores de diversas regiões do ABC e até mesmo de outras partes de São Paulo. Outras
personalidades do mundo da música como MC Hariel, Belo, Péricles e Pixote já tomaram a
cidade como palco, e o que antes poderia ser visto apenas como um momento de lazer, hoje se
mostra como uma poderosa estratégia de valorização da cidade — tanto no aspecto cultural
quanto na projeção de sua imagem para além do ABC paulista.
A presença e performance de grandes artistas em datas comemorativas não apenas fortalece o
vínculo entre a população e sua cidade, mas também insere São Bernardo no mapa de eventos
que movimentam a economia local. Restaurantes têm maior demanda, comerciantes percebem
as vendas decolarem, jornalistas cobrem o evento e, como resultado, a cidade concretiza sua
posição como polo cultural. Aqui, os eventos não são entendidos como gastos: são
investimentos.
Mais do que entretenimento, as produções cumprem um papel social inestimável. Ao oferecer
acesso gratuito a apresentações de artistas de renome, o município democratiza a cultura,
permitindo que famílias inteiras, muitas vezes sem condições de pagar o valor dos ingressos,
tenham a chance de vivenciar a experiência de um grande espetáculo. Essa dimensão
inclusiva fortalece a autoestima coletiva e reforça a noção de pertencimento. Quando a
população se reconhece nos espaços públicos e celebra junto, cria-se também um senso de
comunidade que ultrapassa a experiência individual.
Além disso, há um aspecto simbólico importante: o de reposicionar São Bernardo como uma
cidade que valoriza a vitalidade cultural assim como a tradição industrial. A cultura, quando
acessível, gera repercussão, constrói identidade e projeta uma imagem positiva. É isso que os
shows gratuitos vêm fazendo: mostrando que São Bernardo é uma cidade viva, que
democratiza arte, música e experiências.
Em tempos em que tanto se discute sobre prioridades, é fundamental reafirmar que cultura é,
de fato, prioridade. Ela transforma, educa, gera oportunidades e conecta pessoas. Por isso,
que venham mais shows, mais palcos e mais espaços democráticos de expressão. Dessa
maneira, a cidade se reafirma como potência cultural e um espaço atrativo para outras
possíveis atrações.
Por Leonardo Rodrigues do Nascimento
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