Editorial – Requiescat in pace

 A frase latina, encontrada pelos cemitérios do mundo, quer dizer “descanse em paz”. A era PT acaba de começar a acabar, mas, que ninguém se iluda. Removeu-se o tumor maligno, mas a metástase é gravíssima. Não darão tréguas, especialmente por retornarem às origens: deixam de ser vidraça e voltam a ser pedrada. Não sabem construir, porém, são imbatíveis em destruir.  Em seu discurso de pré-despedida – a cirurgia será confirmado em até 180 dias – a guerreira que não foi e a presidente que jamais deveria ter sido vitimou-se, apelou para um feminismo rançoso, ameaças e sentimentalismos piegas, conversa mole para boi dormir depois que a vaca foi pro brejo devido à ambição e à imoralidade irrestrita na gestão da coisa pública. A estratégia de ditadura de partido único falhou.  Michel Temer assume baita abacaxi, mas, é também responsável. Seu partido, o PMDB, permitiu desde as primeiras horas que erros e crimes fossem consumados. Deles participou. No frigir dos ovos, trocou-se ontem o pior pelo menos ruim, insistimos.  Se no âmbito federal e mesmo estadual restarão cadáveres políticos insepultos para todo lado ainda por algum tempo, nos municípios as próximas eleições deixarão claro se, nas bases populares, a consciência do desastre bolivariano está de fato enraizada. O fim da farsa não significa, necessariamente, o fim da crença. Não haverá nem descanso, nem paz…