São Bernardo oficia Sabesp para conhecer plano de contingência no fornecimento de água

A Prefeitura de São Bernardo, por meio do Centro Municipal de Emergências Climáticas (CMEC) e Defesa Civil, encaminhou ofício à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) no qual solicita uma apresentação do plano de contingência em relação ao fornecimento de água à cidade. Isso porque o CMEC, que monitora e coordena as ações locais frente a situações de emergência climática, acompanha com atenção a atual condição dos mananciais que abastecem a Região Metropolitana, em especial o Sistema Rio Grande, braço da Represa Billings, responsável pelo abastecimento do município, Diadema e de parte de Santo André.

Dados recentes apontam tendência de queda nos níveis de armazenamento e aumento da vulnerabilidade hídrica, com possíveis impactos ao abastecimento de mais de 1,2 milhão de pessoas beneficiadas pelo Sistema Rio Grande, das quais em torno de 800 mil apenas em São Bernardo. O reservatório registrava na tarde de quarta-feira (3/09) 57,5% de sua capacidade, menor nível desde a crise hídrica (2014-2015) para o período.

“Nesse sentido, vimos por meio deste convidar a Sabesp a apresentar, junto ao colegiado do CMEC, seu Plano de Contingência e demais medidas preventivas e operacionais específicas para São Bernardo, incluindo estratégias de gestão da demanda, uso racional, manobras operacionais e comunicação com a população”, diz trecho do ofício. No documento, o órgão municipal pede que a companhia estabeleça data e indique representantes técnicos para a realização da apresentação em reunião extraordinária do Centro Municipal.

Considerando as deliberações da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) e as medidas já anunciadas pela própria Sabesp para o enfrentamento à estiagem, há o entendimento de que é fundamental a articulação conjunta e transparente entre as instituições quanto à ameaça de crise hídrica. Uma das medidas já adotadas é a redução da pressão do fornecimento de água na Grande São Paulo, das 21h às 5h, devido ao baixo nível dos reservatórios.

ALINHAR MEDIDAS – A redução, implementada a partir do último dia 27 de agosto, visa conservar os recursos hídricos, minimizar as perdas na rede e evitar uma crise hídrica mais grave, com a expectativa de que a medida seja menos perceptível por quem possui reservatório em casa.

“Acreditamos que essa interlocução permitirá alinhar esforços, garantir maior segurança hídrica à população e fortalecer a capacidade de resposta conjunta frente ao cenário atual e às projeções de estiagem”, comentou Ruth Cristina Ramos, secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Proteção Animal de São Bernardo, Pasta à qual o CMEC está atrelado.

A secretária assinou o ofício junto com o coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil, Coronel Ronaldo Faro – órgão integra o CMEC -, que também defende atuação conjunta em relação ao tema. “O objetivo é saber a real situação do sistema de abastecimento de água e quais ações que a Sabesp adotará para manter um abastecimento adequado à população de São Bernardo neste período de estiagem. Inclusive para que o poder público municipal possa ajudar a amenizar possível escassez no abastecimento”, pontuou Faro.