O SindSaúde ABC – Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do ABC deu um passo importante nesta semana rumo à negociação de direitos da categoria. Além disso, a iniciativa busca criar um canal contínuo de diálogo com o governo municipal e a FUABC – Fundação do ABC, visando resolver pendências históricas e melhorar as condições de trabalho. A Prefeitura de São Bernardo, sob a gestão da prefeita interina Jessica Cormick – Avante, foi solicitada a participar ativamente do processo.
“Nós tivemos uma reunião com o governo e a Fundação do ABC, onde, através de portaria, será instituída uma mesa de negociação permanente para discutir a questão do dissídio, a mudança da jornada de 6×1, e outros temas pertinentes. Hoje, às 16 horas, teremos uma assembleia, onde vamos eleger uma comissão de trabalhadores que acompanhará o sindicato nessa mesa de negociação permanente”, afirmou Mizito, presidente do SindSaúde ABC. Contudo, ele destacou que o diálogo é essencial para solucionar os problemas de forma efetiva.
Inicialmente, Mizito considera a medida positiva, bem como necessária, já que, segundo ele, “para resolver todo o problema, precisamos sentar para conversar. Se não houver diálogo, não se resolve problema nenhum.” Ainda mais, o sindicalista enfatiza que espera que o governo apresente propostas que possam ser aprovadas pelos trabalhadores, garantindo avanços concretos.
O presidente do SindSaúde também criticou a aplicação parcial de reajustes passados. “A verdade é que os reajustes concedidos não foram, em muitos casos, aplicados integralmente, ou seja, não contemplaram totalmente o que foi conquistado pelo sindicato. Por exemplo, de 2020 para cá — durante a pandemia — alguns reajustes não foram aplicados até hoje”, explicou. Todavia, ele ressaltou o comprometimento da categoria.
“Ainda assim, tenho muito orgulho da minha categoria, porque eles não deixaram faltar nada aos pacientes, mesmo diante de toda essa situação. Procuram não transparecer as dificuldades, porque conhecem o compromisso que temos, o nosso juramento. Eles têm se desdobrado ao máximo para atender a população em geral. A situação é bastante caótica em relação aos direitos, mas, mesmo assim, não deixaram faltar nada. Realmente são super-heróis”, completou Mizito. Em outras palavras, o sindicato valoriza a dedicação dos profissionais mesmo em meio a problemas históricos de remuneração e jornada de trabalho.
Além da pauta referente ao reajuste atual, o sindicato cobra o pagamento de dissídios acumulados dos últimos nove anos, que ainda não foram quitados. Nesse sentido, outro ponto central da reivindicação é a apresentação de um plano concreto para o fim da escala 6×1.
A proposta da categoria prevê a criação de uma mesa permanente de negociação, com a participação do governo municipal, da FUABC, do sindicato e de uma comissão de trabalhadores. Juntamente com esse mecanismo, o objetivo é discutir e resolver continuamente os problemas enfrentados no dia a dia das unidades de saúde, garantindo melhores condições laborais e reforçando o compromisso com a população atendida.