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Ambiente de Trabalho Hostil: seus direitos e estratégias para se proteger

Munick Rabuscky Davanzo

Você já percebeu que algo não vai bem: dificuldade de concentração, taquicardia, crises de choro, alterações no sono e no humor. Sintomas que começaram após situações hostis no trabalho e que passaram a afetar todas as áreas da sua vida. Mas, além de buscar ajuda psicológica e médica, o que fazer para virar esse jogo?

Não adianta ter uma vida equilibrada fora da empresa se o gatilho está justamente no ambiente de trabalho, onde passamos um terço da vida. É preciso agir para se proteger e preservar a saúde mental.

O primeiro passo é coletar provas do que está acontecendo — antes de qualquer providência formal. Assim, se precisar acionar canais internos ou recorrer à Justiça, terá como comprovar suas alegações e se resguardar contra retaliações. Essas provas, porém, devem ser usadas como último recurso, essencialmente com orientação de um advogado trabalhista, pois ele que sabe o quando e como.

Muitos trabalhadores só pensam nisso depois da demissão, quando o acesso às evidências se torna difícil ou impossível. Por isso, procure um advogado aos primeiros sinais de problema: prevenção é sempre mais eficaz que reparação.

Com as provas em mãos, denuncie por escrito ao RH ou à ouvidoria e guarde protocolos e e-mails. Isso comprova que a empresa tinha ciência da situação e não agiu. Exporte mensagens e e-mails que mostrem cobranças abusivas, metas impossíveis ou exigências fora do horário. Em casos de assédio moral ou sexual, pode ser necessário gravar reuniões ou conversas — o que é legal no Brasil quando você participa do diálogo.

Guarde laudos médicos e, em crises graves, solicite a abertura de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) e, se indicado, afastamento pelo INSS para tratamento. Esteja aberto ao diálogo, mas saiba que muitas empresas não estão preparadas para lidar com essas questões, o que reforça a importância de se resguardar juridicamente desde o início.

No fim, proteger-se envolve duas frentes: emocional — impondo limites, mantendo rede de apoio e não se isolando; e jurídica — conhecendo seus direitos e registrando tudo.

Concluindo, saber seus direitos e agir no momento certo não é apenas uma estratégia, ainda é a maior força que um trabalhador pode ter.

Munick Rabuscky Davanzo

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