Polícia Civil desmantela esquema de anabolizantes ilegais em megaoperação que atinge São Caetano
Quadrilha movimentou R$ 25 milhões com venda clandestina de substâncias controladas pela internet; 25 pessoas foram presas
A Polícia Civil de São Paulo deflagrou nesta terça-feira (5) uma operação de grande escala contra uma organização criminosa especializada na fabricação e comercialização clandestina de anabolizantes. Como resultado, 25 pessoas foram presas até o momento. Além disso, estão sendo cumpridos 35 mandados de prisão temporária — com duração inicial de cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco — e 85 mandados de busca e apreensão. A ação ocorreu simultaneamente na capital, Grande São Paulo, interior, litoral e em outros 11 estados brasileiros.
No ABC, dois endereços foram alvos de busca; contudo, até agora, não houve registro de prisões na região de São Caetano.
Ainda mais impressionante é o alcance nacional da organização. De acordo com as investigações, que começaram há cerca de um ano a partir de uma denúncia anônima, o grupo atuava com uma estrutura robusta, vendendo os produtos ilegalmente pela internet, sem qualquer exigência de receita médica. Em outras palavras, substâncias que deveriam ter controle rígido eram comercializadas livremente.
Os anabolizantes, frequentemente usados para emagrecimento e aumento de massa muscular, só podem ser produzidos por laboratórios autorizados pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e vendidos com receita de Controle Especial em duas vias. Apesar disso, os investigados ignoravam completamente essas exigências, operando por meio de uma marca própria associada a um laboratório clandestino.
Nesse sentido, a polícia aponta que uma das principais bases do grupo ficava localizada na Zona Norte de São Paulo, de onde partiam as remessas para diversas regiões do Brasil. Do mesmo modo, os produtos ilegais eram estocados em galpões logísticos no estado do Paraná, que também são alvo de vistorias durante a operação desta terça-feira.
Segundo o delegado Ronald Quene, responsável pela coordenação da operação, a quadrilha teria movimentado cerca de R$ 25 milhões nos últimos cinco anos. “Era uma rede bem estruturada, com atuação em múltiplas frentes, desde a produção até a distribuição dos medicamentos de forma ilegal”, afirmou.
Os presos e o material apreendido nas regiões da capital e da Grande São Paulo estão sendo encaminhados para a 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas, localizada no Centro da cidade. Juntamente com os interrogatórios, o material recolhido deve fornecer novas pistas sobre a extensão do esquema.
Ao todo, as ordens judiciais em São Paulo abrangem municípios como Guarulhos, Mogi das Cruzes, Cotia, São Caetano, São José dos Campos, Jacareí, Campinas, Jundiaí, Louveira, Sumaré e São José do Rio Preto. Porém, a ofensiva policial vai além das divisas paulistas.
Além disso, os mandados também estão sendo executados em estados como Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Mato Grosso, Amazonas, Espírito Santo, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Todavia, a polícia ainda não informou se todos os alvos foram localizados.