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Jeferson Leite é expulso do PT em Diadema e apoio ao prefeito Taka ganha novo capítulo

Decisão do diretório municipal encerra período de tensões políticas; prefeito lamenta postura do partido e reforça apoio ao parlamentar mais votado da cidade

 

O cenário político de Diadema sofreu uma mudança significativa com a expulsão do vereador Jeferson Leite dos quadros do Partido dos Trabalhadores. A decisão, tomada por maioria pela Executiva Municipal do partido em reunião realizada na noite de quarta-feira (23), encerra um ciclo de conflitos internos, especialmente pelo fato de que Jeferson vinha dando sustentação ao governo do prefeito Taka Yamauchi – MDB, que derrotou o então prefeito e candidato à reeleição, José de Filippi Júnior – PT, nas eleições de outubro passado.

Além disso, o comunicado oficial divulgado pelo Diretório Municipal do PT, em conjunto com a bancada de vereadores, fundamentou a expulsão nos artigos 227 a 230 do Estatuto do partido. Esses dispositivos preveem penalidades para filiados que “violem deveres éticos, políticos e estatutários; pratiquem atos de infidelidade partidária; ou adotem conduta política incompatível com os princípios do Partido”. Ou seja, a medida visa preservar a coerência e a disciplina internas da legenda.

Contudo, o próprio vereador Jeferson Leite demonstrou respeito à decisão, embora tenha questionado algumas alegações do relatório da Comissão de Ética. “Eu respeito a decisão do partido e a resolução apresentada no relatório da Comissão de Ética. Recebi tudo isso com naturalidade e muito respeito à instância partidária. É claro que, ao ler a resolução por completo, item por item, percebi que algumas colocações não condizem com a verdade. No entanto, acredito que isso será tratado, se for necessário, no âmbito judicial”, afirmou.

Ainda mais, ele avaliou a situação com um olhar político, ressaltando o contexto da polarização que vive Diadema. “Essa resolução, na minha visão, é um retrato do momento político que estamos vivendo, marcado por uma polarização intensa e uma disputa acirrada aqui em Diadema entre dois campos. Se essa disputa for analisada em nível nacional, ela perde o sentido. Isso porque o Taka não é bolsonarista — e o MDB, partido dele, inclusive, compõe a base do governo Lula e pode até indicar o vice do presidente”, complementou.

Do mesmo modo, o vereador Josa Queiroz – PT, comentou a expulsão, destacando a necessidade de respeito às decisões internas do partido. “A nota já expressa qual é o nosso sentimento em relação à organização partidária: a necessidade de valorizar as instâncias internas e de cumprir as decisões que são tomadas dentro do partido. Qualquer filiado que não esteja de acordo com essas orientações precisa, naturalmente, responder por suas atitudes — e foi o caso do vereador”, afirmou.

Ainda assim, Queiroz desejou sucesso a Jeferson, embora tenha ressaltado que sua nova trajetória não condiz com os valores do PT. “Ele é um rapaz que conhecemos há muito tempo, uma boa pessoa. Desejo toda a sorte do mundo nessa nova caminhada que ele escolheu. Que seja feliz e tenha sucesso. Agora, é importante dizer: essa nova trajetória não é, de forma alguma, compatível com os princípios e valores do Partido dos Trabalhadores”, completou.

Por sua vez, o prefeito Taka Yamauchi classificou a expulsão como lamentável e criticou o diretório municipal do PT por adotar uma postura isolada e retrógrada, em contraste com o espírito plural e democrático defendido pela legenda em âmbito estadual e nacional. “Em vez de fortalecer o diálogo e a cooperação, preferem se manter em um grupo fechado, distante das transformações que Diadema precisa”, afirmou.

“Quando um expoente da política, que teve a maior votação da cidade e trabalha de verdade, começa a se destacar, isso parece incomodar quem prefere preservar espaços de poder a construir soluções para a cidade”, observou.

Nesse sentido, Taka reafirmou que Jeferson será bem acolhido na base de apoio do governo municipal. “Temos um arco amplo de alianças e Jefferson será muito bem-vindo. Vemos nele um verdadeiro expoente da política de resultados — feita com trabalho, compromisso e respeito às pessoas. Diadema precisa de mais representantes assim”, concluiu o prefeito.

 

MARCOS FIDELIS

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