Com base em uma estrutura de energia robusta, as instalações construídas para a Olimpíada do Rio 2016 cumprirão um objetivo maior: a grande quantidade de cabos submarinos internacionais que parte da cidade servirá de base para a criação de um hub de data centers (a “coluna vertebral da internet”), dotado de um supercomputador — uma vantagem comparativa inigualável a ser explorada pela capital fluminense.
De olho nesse legado de alto valor, a Prefeitura do Rio pretende erguer um parque tecnológico em uma área de 300 mil metros quadrados, que ficará próxima ao Parque Olímpico, logo atrás do Hospital Sarah Kubitschek, fruto da parceria entre empresas e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MICT).
Batizado de “Rio AI City”, o projeto municipal contemplará um hub de tecnologia e um ecossistema de inovação, que impulsionará o futuro da inteligência artificial e da computação em nuvem na América Latina e no mundo, mediante uma capacidade de produção inicial de 1,5 GW (gigawatt), dedicada a servidores de IA (Inteligência Artificial) e armazenamento em nuvem, expansível para 3,2 GW.
Na perspectiva, o Executivo carioca pretende usar tal inovação como referência para negócios que dependem de uma rede de energia não sujeita a interrupções, como é o caso dos data centers — enormes espaços para armazenagem e processamento de dados, empregados por empresas de tecnologia na execução de serviços que vão desde o acesso a e-mails até a produção de respostas de inteligência artificial.
Para melhor entendimento da característica do hub “repaginado”, o presidente da Invest.Rio — agência de promoção de investimentos da cidade —, Sidney Levy, explica:
“Na Olimpíada, você tem 180 países, com suas três, quatro emissoras de TV, transmitindo 40 coisas ao mesmo tempo. Então, você precisa ter muita energia, e ela não pode nem piscar. Se a energia piscar, uma piscadinha podia custar US$ 5 milhões para a NBC, porque era preciso resetar todas as máquinas. Então, ficamos com essa vantagem da energia adicional”.