Estamos prestes a mais um julgamento dentro de uma Câmara Municipal sobre um possível caso racista, envolvendo a fala de um parlamentar da Casa de Leis. É isso mesmo. Como noticiamos há alguns meses, o município de São Roque, no interior paulista, está sendo palco de mais um inaceitável e triste caso com possível fala racista vinda de um representante do povo.
Estamos no ano de 2025, ano em que a tecnologia e suas vertentes estão no auge e, com elas, a informação é cada vez mais fácil de se obter. Já passou do momento de entendermos que tais falas do passado, como as “suas negas”, pronunciadas pelo então vereador — já que atualmente é candidato derrotado a prefeito do município paulista — não têm que ser tratadas como “dito popular” ou algo do cotidiano passado. Não! Ainda mais vindas de uma pessoa eleita pelo povo, que, sem nenhum levantamento, podemos afirmar que parte desse povo é de cor preta e merece ser respeitada.
São tantas outras frases e termos que hoje em dia são classificados como racistas e preconceituosos que nossos representantes — seja em qual esfera for — precisam estudar para, sim, serem dignos dos cargos que almejam. Já que, mesmo com toda a informação em nossas mãos, há ainda falas como essa, pronunciada durante uma “discussão acalorada” que nada tinha a ver com o assunto.
Após veículos grandes noticiarem tal fato, como o Correio da Manhã e o portal g1, o caso agora está chegando ao fim. Já que as testemunhas e o acusado já foram ouvidos pela Comissão que apura a situação, o relator deve, em breve, colocar o texto para votação do plenário. E os vereadores terão a possibilidade — ou não — de tirar os direitos políticos do cidadão, já que mandato ele não perde, por não estar exercendo.
Por fim, será que o caso “suas negas” dará o recado necessário para que nossos parlamentares brasileiros façam o mínimo — que é saber o que falar ou expressar — e cessem com esses inaceitáveis casos com falas que, no passado, até poderiam ser aceitas ou tratadas como normais, mas hoje em dia não? Não há justificativa, muito menos contexto, para que sejam pronunciadas. Mesmo que “não foi a intenção” ou que “tenho amigos e familiares pretos que não enxergam como racismo” — e por aí vão as desculpas para tentar se blindar de tal responsabilidade.