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Dívida ambiental deve exigir cinco Amazônias

Cinco Amazônias. É esse o tamanho da dívida ambiental a ser paga pelas 200 maiores empresas emissoras de gases de efeito estufa, tendo em vista a meta de reduzir drasticamente e mitigar a exploração de combustíveis fósseis.

A conclusão é de uma pesquisa divulgada na Communications Earth & Environment, publicação da revista Nature, após levantamento que analisou o volume de reservas das empresas mencionadas, por sua vez associado à quantidade de CO₂ (dióxido de carbono) que deverá ser liberada até 2050.

Com base nessa regra, o estudo calculou que a área necessária para neutralizar as emissões seria de 24,7 milhões de quilômetros quadrados — o correspondente a um território três vezes superior ao do Brasil e maior do que toda a América do Norte.

Apesar da dimensão colossal que envolveria a solução da questão climática, esta não é considerada inviável, ainda que sua adoção incluiria eliminar cidades, áreas agrícolas inteiras e outros espaços produtivos.
Embora não tenha se debruçado sobre o custo financeiro de tal medida, a pesquisa concluiu que, levando em conta a “valorização líquida ambiental” das 200 maiores petrolíferas, se descontadas as despesas necessárias para compensar as emissões, o valor de 95% delas passaria a ser negativo — caso tentassem compensar as emissões de suas reservas fósseis.

Desafio número 1 de corporações de todos os quadrantes — que buscam minimizar seus impactos ambientais, responsáveis pelo aquecimento global — entre as inovações tecnológicas, o reflorestamento é definido como uma medida eficaz nessa direção, uma vez que as árvores naturalmente capturam o carbono da atmosfera.
Esse esforço, no entanto, seria insuficiente para reverter os danos climáticos, pois a estimativa é de que, mesmo com a transição para energias limpas, as empresas poluidoras devem liberar uma quantidade avaliada em 182 bilhões de toneladas de carbono.

Mas a conclusão final dos pesquisadores é de que a estratégia mais eficaz se basearia na descarbonização das companhias, via redução direta das emissões, em lugar de se priorizar o estabelecimento de compensações ambientais.

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