Sindicato e Prefeitura repudiam agressões a médicas em hospital de São Caetano
Mãe de paciente atacou profissionais no Hospital Márcia Braido; unidade teve estrutura danificada e atendimentos foram transferidos durante a madrugada
O Sindmed ABC – Sindicato dos Médicos do Grande ABC e a Prefeitura de São Caetano se manifestaram com veemência nesta semana contra o episódio de agressão ocorrido no último sábado (14), no Pronto-Socorro Infantil do Hospital Municipal Márcia Braido. Duas médicas foram atacadas fisicamente e verbalmente por uma mulher após a negativa da emissão de atestado em nome de um terceiro.
Além disso, a confusão resultou em danos à estrutura física da unidade de saúde, incluindo a recepção e a área do laboratório anexo. A gravidade da ocorrência obrigou a suspensão temporária dos atendimentos, que foram direcionados ao Hospital de Emergências Albert Sabin até a liberação do prédio pelas autoridades policiais, já na manhã de domingo.
Ainda mais preocupante, o caso envolveu duas médicas da mesma família. A pediatra Dra. Miriam Macul foi a primeira a ser agredida, e sua filha, Dra. Gabriela Macul, também médica na unidade, acabou atacada ao tentar defender a mãe. “É inaceitável a profissional sofrer uma agressão em seu local de trabalho, onde presta serviço de assistência à sociedade”, afirmou o presidente do Sindmed ABC, José Roberto Cardoso Murisset. “Faz-se necessário mais segurança aos médicos e às equipes de saúde nos estabelecimentos, sejam eles públicos e/ou privados”, completou.
Contudo, o episódio não é isolado. Segundo levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina em outubro de 2024, um médico é vítima de violência no ambiente de trabalho a cada três horas no Brasil. Nesse sentido, São Paulo concentra quase metade de todos os casos registrados, o que evidencia a urgência de medidas mais eficazes de proteção aos profissionais da saúde.
Do mesmo modo, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), o CFM e o Sindmed ABC têm atuado em conjunto para pressionar por melhorias na infraestrutura dos estabelecimentos de saúde e reforço na segurança. Em outras palavras, essas entidades buscam garantir condições dignas e seguras de trabalho, bem como assegurar que agressores sejam punidos com o devido rigor da lei.
Juntamente com o repúdio, o Sindmed ABC elogiou a postura da administração municipal. “Destacamos a condução equilibrada da gestão municipal no lamentável episódio e nos solidarizamos com as médicas agredidas, Dra. Miriam Macul e Dra. Gabriela Macul, colocando nossa assessoria jurídica à disposição das valorosas colegas”, afirmou a entidade em nota oficial.
A Prefeitura de São Caetano também lamentou o ocorrido. “A médica pediatra foi fisicamente agredida, e a recepção do hospital, assim como a unidade laboratorial anexa, foi destruída”, relatou em nota a Secretaria Municipal de Saúde. Apesar disso, o município reafirmou seu compromisso com os servidores. “A Secretaria Municipal de Saúde tomou as medidas legais e cabíveis frente ao ocorrido e se coloca à disposição dos profissionais para o suporte necessário. A todos os profissionais de saúde, o nosso agradecimento e profundo respeito”, concluiu.