As dívidas deixadas pela gestão do ex-prefeito Orlando Morando, continuam gerando grande repercussão na Câmara Municipal de São Bernardo. O vereador e líder de governo Julinho Fuzari – Cidadania, afirmou que acompanha de perto os desdobramentos do caso e não descarta, inclusive, a abertura de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o rombo financeiro, que chega a quase R$ 130 milhões.
Além disso, segundo o parlamentar, os primeiros levantamentos já apontam sérios impactos no orçamento do município. “Estamos ainda no início dos trabalhos. Já protocolamos requerimentos, solicitamos muitos documentos, que inclusive nos foram entregues em audiência pública”, afirmou Julinho.
Nesse sentido, o vereador destacou que os dados já obtidos trazem informações preocupantes. “Ouvimos também a secretária da Fazenda, que pôde nos esclarecer e apresentar diversos documentos que comprovam o não pagamento de várias obras em andamento na nossa cidade. Há atrasos nesses pagamentos, inclusive de obras que já foram entregues e não foram quitadas”, ressaltou.
Contudo, Julinho deixou claro que a Câmara busca, neste momento, o caminho do diálogo e da transparência. Ainda mais, ele reforçou que os trabalhos da Comissão de Obras vão intensificar a apuração dos fatos. “Se houver a colaboração de todos, poderemos apurar tudo o que aconteceu, dando a devida transparência para a população e esclarecendo os motivos de tudo isso, inclusive dessa dívida”, explicou.
Apesar disso, o parlamentar fez um alerta direto ao ex-prefeito e seus aliados. Segundo ele, a resistência em colaborar com os esclarecimentos pode levar inevitavelmente à abertura de uma CPI. “Se continuarem essas narrativas contraditórias, essa postura do prefeito de negar aquilo que já foi anunciado publicamente, inclusive através de documentos, aí sim a CPI pode se tornar inevitável”, declarou.
Do mesmo modo, Julinho reforçou que a situação financeira herdada é extremamente delicada. “Estamos falando de uma dívida de quase R$ 130 milhões de reais, que já foi apurada, valores que deveriam ter sido pagos até dezembro de 2024 e não foram, deixando o cofre praticamente zerado”, apontou.
Porém, ele ressaltou que a abertura da CPI não é o objetivo inicial, mas pode se tornar necessária caso não haja cooperação. “Se ele continuar negando, não ajudando, não colaborando com a comissão, a abertura de uma CPI passa a ser um caminho natural. A CPI tem poderes maiores, como poder de polícia, de convocação, de investigação aprofundada. Tudo isso para que a verdade venha à tona”, finalizou.
OUTRO LADO
Procurado, o ex-prefeito e atual secretário de Segurança da Capital não retornou aos contatos. Porém, ainda nesta semana, através de sua assessoria de imprensa, o ex-tucano divulgou uma nota sobre sua gestão.
Conforme a publicação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, denominada Índice de Gestão Municipal (i-GeM), São Bernardo alcançou o 3º lugar no ranking no âmbito da gestão pública – 2017-2024, sendo a mais bem colocada entre as cidades do Estado de São Paulo.
“Observar São Bernardo despontando entre as cidades mais bem avaliadas do País nos dá a certeza de que fizemos um bom trabalho durante os últimos oito anos. Isso é resultado do empenho de toda uma equipe comprometida com o desenvolvimento da cidade, da responsabilidade com o uso do dinheiro público, sabendo que uma boa gestão pública é aquela que oferta qualidade de vida e permite que o município avance”, destacou Orlando Morando na nota enviada.
MARCOS FIDELIS