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Vereadora de Diadema apresenta projeto para criar Medalha Legislativa que homenageia trancistas

Iniciativa de Patty Ferreira valoriza a cultura afro-brasileira e reconhece a importância histórica e social das profissionais trancistas

A vereadora Patty Ferreira – PT, apresentou na Câmara Municipal de Diadema o projeto que institui a Medalha Legislativa Tranças, Culturas e Ancestralidade, destinada a homenagear profissionais trancistas que, por meio da sua arte, promovem a valorização da cultura afro-brasileira, fortalecem a identidade negra e contribuem para o empoderamento da comunidade.

Além disso, a parlamentar destaca que a proposta surge como uma resposta à necessidade de reconhecimento social, histórico e cultural dessas profissionais, que são fundamentais na preservação das tradições afro-brasileiras. “Trancista ou trançadeira afro é uma palavra usada para nomear o ofício, majoritariamente exercido por mulheres negras, que trançam cabelos crespos, cacheados, lisos e anelados com diferentes técnicas de penteados artesanais afro”, explicou Patty durante a apresentação do projeto.

Ainda mais, a vereadora pontua que essa prática não se limita à estética. Em outras palavras, carrega uma herança ancestral que atravessa gerações desde os povos africanos, onde as tranças eram utilizadas como códigos de comunicação, representando status social, etnia, espiritualidade e resistência. “Na África, trançar não era apenas uma questão estética, mas uma poderosa forma de comunicação cultural, espiritual e social”, ressaltou.

Contudo, mesmo com a diáspora africana e as consequências da escravidão, essa tradição se manteve viva. Segundo Patty, as trancistas são verdadeiras guardiãs desse conhecimento, mantendo viva uma sabedoria milenar que conecta passado, presente e futuro. “As mulheres trancistas são guardiãs dessa herança, conectando-se a uma sabedoria que atravessa gerações e continentes”, destacou.

Do mesmo modo, a parlamentar sublinha que o trabalho dessas profissionais tem impacto direto na autoestima da população negra. Ou seja, ao resgatar e valorizar os cabelos afro, elas ajudam a desconstruir os padrões eurocêntricos que historicamente marginalizaram a estética negra. “Elas não apenas perpetuam os saberes ancestrais, mas também promovem a autoestima e a valorização da negritude em uma sociedade marcada por séculos de discriminação racial”, afirmou.

Apesar disso, Patty lembra que as trancistas ainda enfrentam muitos desafios, especialmente relacionados ao preconceito e à falta de reconhecimento formal do seu ofício. Nesse sentido, o projeto da medalha surge como uma ferramenta de valorização e fortalecimento dessa categoria, bem como da cultura afro-brasileira. “Além disso, elas são fundamentais na luta contra qualquer forma de preconceito, ao reimaginarem e celebrarem a beleza dos cabelos afro, desafiando normas de beleza hegemonizadas”, reforçou.

 

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