ArtigoHome

Lei nº 15.100/2025: Um novo passo para o bem-estar nas escolas

Em 2025, foi sancionada a Lei nº 15.100, que determina a restrição do uso de celulares nas escolas de ensino básico em todo o Brasil. Essa medida, embora gere debates entre país, alunos e professores, representa um importante avanço no cuidado com a saúde mental dos jovens, a aprendizagem e as relações humanas dentro do ambiente escolar.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda, por exemplo, que crianças de menos de 2 anos não devem ser expostas a telas. Já as crianças entre 2 e 5 anos, o tempo de tela deve ser de ao máximo de 1 hora/dia. Entre 6 e 10 anos o tempo de telas deve ser de ao máximo de 1-2 horas/dia e por fim, aos adolescentes com idades entre 11 e 18 anos, o tempo de telas e jogos de videogames deve ser limitado a 2-3 horas/dia. Sempre com supervisão dos pais ou responsáveis.

Os celulares se tornaram parte do cotidiano de todos nós. São ferramentas úteis para comunicação, acesso à informação e entretenimento. No entanto, o uso excessivo e sem limites tem provocado impactos preocupantes, especialmente entre crianças e adolescentes. Dentro das escolas, o celular muitas vezes deixa de ser um instrumento de apoio pedagógico e passa a ser uma distração constante. Professores relatam dificuldade em manter a atenção dos alunos, enquanto estudantes apresentam aumento da ansiedade, dificuldades de concentração e queda no rendimento escolar.

A nova lei não elimina o uso pedagógico da tecnologia por completo. Muito pelo contrário, ela propõe que o celular seja utilizado com objetivos educativos, quando autorizado pelos professores. Fora dessas situações, o aparelho deve ser guardado, permitindo que o estudante se envolva nas atividades, nos vínculos sociais e no tempo presente, com atenção plena.

Essa mudança é relevante, pois a escola é um local essencial para o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e cognitivas. Quando o estudante se desliga do convívio real para se fixar em uma tela, perde oportunidades importantes de desenvolver empatia, identidade, autonomia e senso de pertencimento.

É esperado que haja resistência, pois vivemos em um mundo conectado. No entanto, estabelecer limites é também um ato de proteção. A restrição do uso de celulares pode contribuir para ambientes mais saudáveis, com menos comparações, menos exposição a conteúdos inadequados e mais espaço para o diálogo, o silêncio, a curiosidade e o aprendizado.

A Lei nº 15.100/2025 não é um retrocesso, mas um convite à reflexão. É hora de repensar o lugar da tecnologia na vida dos nossos filhos. Educar é também ensinar a desconectar.

Ednilton Santa Rosa é Doutor em psicologia e professor da Fundação Santo André

 

Mostrar Mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ver também
Fechar
Botão Voltar ao topo