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BC: inadimplência de famílias deverá subir

Ao admitir que as instituições financeiras sinalizaram adotar uma posição de mais cautela no que toca ao apetite de risco em 2025, diante do cenário externo desafiador – marcado pela maior relevância e percepção de piora no ciclo econômico-financeiro global, precipitada pelo ‘tarifaço’ do presidente dos EUA, Donald Trump – o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), publicação semestral divulgada nesta terça-feira (29) pelo Banco Central (BC), destaca que o mercado manifestou preocupação crescente com a possibilidade de ‘desaceleração acentuada da economia’, em meio a um cenário de elevação da inadimplência e do endividamento, seja de famílias ou de empresas.

 

Embora admita o ‘dinamismo’ da economia doméstica, o documento avalia que a capacidade de pagamento das famílias e empresas “segue desafiadora”, em que pese o comprometimento de renda das famílias, historicamente alto e em ascensão.

 

Apesar dos ‘temores’, o REF ressalva que “o SFN (Sistema Financeiro Nacional) permanece com capitalização e liquidez confortáveis e provisões adequadas ao nível de perdas esperadas. Além disso, os testes de estresse de capital e de liquidez demonstram a robustez do sistema bancário”, acrescentando que “a confiança na estabilidade do Sistema Financeiro Nacional permanece elevada, e o financiamento à economia real continuou a acelerar no segundo semestre de 2024”.

 

Voltando à carga para a questão do crédito às famílias, o relatório admite que, mesmo com o início do ciclo de aperto monetário em setembro do ano passado, este persistiu em aceleração, em especial em modalidades de maior risco e para tomadores com menor renda. Já com relação às empresas, os critérios de contratação não se alteraram de forma significativa.

 

Após reconhecer que “as maiores exposições do SFN ao risco climático físico se associam a secas dos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Pampa”, o REF destacou que o atual ciclo de alta dos juros — hoje em 14,25% ao ano e com expectativa de nova alta na próxima semana — “deverá ter forte impacto às empresas não financeiras, porém mais moderado que durante a recessão de 2015-2016”.

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