Duas situações recentes colocaram os holofotes sobre o ambiente de trabalho e o uso de canais de compliance: a atriz Bela Campos teria denunciado o ator Cauã Reymond por comportamento machista durante gravações, e Juliana Oliveira, ex-assistente de palco de Danilo Gentili, revelou uma denúncia interna contra Otávio Mesquita que, segundo ela, nunca foi apurada e teria culminado em sua demissão.
Esses casos levantam uma pergunta essencial: como denunciar internamente de forma segura e eficiente?
A primeira orientação é estratégica: denuncie com provas e com orientação jurídica. Muitas vezes essas provas exigem preparo: pode ser necessário documentar com discrição, por meio de e-mails, prints, vídeos ou gravações de áudio, e o funcionário só saberá a melhor forma para o seu caso se tiver auxílio do advogado trabalhista.
É importante estar orientado de como proceder para essa colheita de provas para que elas sejam válidas. Em casos como assédio, por exemplo, a vítima precisa estar pronta para registrar o fato de forma segura e eficaz no momento em que ele ocorrer, de modo que só terá a concentração de fazê-lo e também a técnica se tiver sido corretamente orientada antes.
Evite denúncias apenas verbais. Registre tudo por escrito e guarde os protocolos. Isso impede que a empresa alegue desconhecimento dos fatos e pode servir como prova, especialmente se houver retaliação ou dispensa após a denúncia — o que pode configurar dispensa discriminatória, com direito à indenização.
Por isso, consulte um advogado trabalhista logo no início. Isso aumenta as chances de uma solução segura, estratégica e eficaz, seja na via interna, seja na Justiça.