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Lula lidera cenários para 2026, mas disputa se acirra em segundo turno, aponta Instituto Opinião

Se as eleições presidenciais de 2026 fossem hoje, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lideraria com folga o primeiro turno em todos os cenários testados, segundo levantamento exclusivo do Instituto Opinião. No entanto, os dados também indicam que a disputa no segundo turno pode ser mais apertada, especialmente contra Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Pablo Marçal (PRTB), que crescem em segmentos estratégicos do eleitorado.

Cenário 1: Lula na frente, mas Tarcísio e Marçal consolidam espaço

Na disputa entre Lula, Tarcísio, Pablo Marçal, Ciro Gomes, Eduardo Leite e Ronaldo Caiado, o atual presidente aparece com 36,2% das intenções de voto. Tarcísio de Freitas soma 21,8% e Marçal surpreende com 11,4%, à frente de Ciro Gomes (8,1%).

A força de Lula permanece especialmente forte no Nordeste, onde atinge 47,1%, seguido de Ciro com 10,9%. Já Tarcísio é competitivo no Sudeste (25,8%) e no Sul (25,8%), regiões onde Lula pontua 35,4% e 28,4%, respectivamente.

Pablo Marçal cresce no Norte/Centro-Oeste, onde lidera entre os adversários de Lula com 23,4%. “O desempenho de Marçal nas regiões Centro-Oeste e Norte é um dado que precisa ser monitorado de perto. Ele mobiliza um eleitorado mais jovem e antipolítica tradicional, com forte presença digital”, avalia o sociólogo Arilton Freres, diretor do Instituto Opinião.

Em um eventual segundo turno entre Lula e Tarcísio, o petista venceria com 42,4% contra 37,2%. A disputa, porém, se equilibra no Sudeste (41,2% para Lula contra 40,5% para Tarcísio) e no Sul, onde Tarcísio venceria com 49% dos votos, contra 34,2% de Lula.

“Esse equilíbrio mostra que a eleição pode ser decidida no Sudeste, que concentra o maior número de eleitores do país. O desempenho de Lula no Nordeste segue sendo seu principal ativo eleitoral, mas a oposição avança em outras frentes”, destaca Freres.

Cenário 2: Lula resiste ao avanço de Marçal e Ratinho Jr.

No segundo cenário, com Ratinho Junior no lugar de Tarcísio, Lula mantém a dianteira com 36,8%, enquanto Pablo Marçal atinge 13,2%. Ciro Gomes marca 10,4%, Ratinho 6,2% e Caiado 4,2%.

O Nordeste segue como reduto de Lula (46,7%), enquanto Marçal novamente ganha fôlego no Norte/Centro-Oeste (23,4%) e no Sudeste (16,1%). No Sul, o destaque é Ratinho Junior, com 16,8%.

No segundo turno entre Lula e Marçal, o petista venceria por 43,7% a 32%. No entanto, a margem é estreita em regiões como o Sudeste (41% a 36,1%) e o Sul (39,4% a 34,8%).

“O nome de Marçal, que parecia periférico, passa a ter um papel estratégico como alternativa ao bolsonarismo clássico. Ele herda parte do eleitorado evangélico e conservador, especialmente fora do eixo Nordeste”, diz Arilton Freres.

Cenário 3: Lula e Bolsonaro voltam ao páreo

No único cenário em que Jair Bolsonaro aparece como candidato, o ex-presidente pontua 28,2% contra 36% de Lula. Ciro Gomes tem 8,5% e Marçal, 7,7%. Embora fique em segundo, Bolsonaro lidera no Norte/Centro-Oeste (33,8%) e tem desempenho competitivo no Sul.

“O nome de Bolsonaro continua forte entre setores específicos da sociedade, como o agronegócio e segmentos conservadores. Mesmo fora do governo e sob desgaste, ele ainda representa uma parte relevante do eleitorado”, comenta Freres.

No Nordeste, Lula abre ampla vantagem sobre Bolsonaro (47,8% a 18,5%), confirmando a região como seu principal reduto. Já no Sudeste, a disputa é mais equilibrada, embora os dados completos por região nesse cenário ainda estejam em processamento.

Em uma simulação de segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista aparece numericamente à frente, com 44,6% contra 41,2% do ex-presidente. Os votos nulos ou brancos somam 9,5%, enquanto 4,7% estão indecisos ou não responderam. Por regiões, Lula vence com folga no Nordeste (55,8% a 29%), mas perde no Sul (38,1% a 50,3%) e no Norte/Centro-Oeste (38,3% a 49,4%). No Sudeste, a disputa é acirrada: 42,9% para Bolsonaro e 41,9% para Lula.

Com margem de erro de dois pontos percentuais e 95% de nível de confiança, a pesquisa entrevistou 2.000 pessoas com mais de 16 anos, de todas as regiões do país. Os resultados apontam para um momento delicado para o governo Lula, com alta rejeição, mas também sinais de aprovação a ações pontuais.

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